Mamíferos
Corço (Capreolus capreolus)
O corço é o mais pequeno dos cervídeos portugueses (entre 15 a 30 Kg de peso), de aspecto gracioso mas compacto. Sobretudo activo durante a madrugada e ao fim do dia, passa a maior parte do tempo restante embrenhado no coberto vegetal, repousando ao comendo arbustos, frutos encontrados no chão ao ainda alguns cogumelos. Só os machos possuem hastes que, tal como os outros cervídeos, caem em Março/Abril, começando imediatamente o crescimento de novas hastes.
Gamo (Cervus dama)
É um animal mais pequeno que o veado (de comprimento total entre 1,30 e 1,50 metros e o macho raramente ultrapassa os 120 Kg). Prefere zonas com abundante arvoredo e matagal, com áreas de pasto, alimentando-se de folhas e de frutos aí existentes. O macho distingue-se da fêmea por apresentar uma armação de duas hastes espalmadas, arredondadas na base, cuja queda ocorre em Março/Abril. O cio começa no Outono e os machos formam harém. Chama-se
brama ao grito de desafio dos machos.
Veado (Cervus elaphus)
O veado é o maior dos cervídeos da nossa fauna, de comprimento total de 1,65 até 2,5 metros e de peso de 100 a 200 Kg. É pois um animal forte, mas ágil e prudente, que se passeia pelos bosques de folha caduca e de coníferas e pelos matagais. A sua alimentação é à base de folhas, frutos, cogumelos, líquenes e casca de algumas árvores. O macho distingue-se da fêmea por apresentar uma armação de duas hastes cilíndricas, cuja queda ocorre em Fevereiro/Março. O período de cio é no Outono. É um animal poligâmico e constitui haréns. Também faz grito de desafio -
brama.
Muflão (Ovis ammon)
O muflão é um “carneiro selvagem” de pelagem curta. Apresenta pesos entre os 25 e os 50 Kg e comprimentos entre 1,10 e 1.30 metros. Pensa-se te esta espécie origem em carneiros domésticos introduzidos nas ilhas Mediterrânicas (Sardenha e Córsega). Em Portugal a sua introdução é muito recente e localizada em zonas específicas.
Javali (Sus scrofa)
O javali é uma espécie de caça maior com ampla representação em Portugal, podendo atingir 1,25 a 1,70 metros de comprimento e os 140 Kg de peso nos machos. Ocupa actualmente uma área considerável do país, habitando nos matos cerrados e alimentando-se (é um animal omnívoro) de frutos, raízes, bolbos, tubérculos, partes aéreas de pequenas plantas, larvas de insectos, ratos e ovos.
Raposa (Vulpes vulpes)
Universalmente conhecida, a raposa é sem dúvida o mais doméstico dos mamíferos de médio porte da fauna bravia portuguesa. Com um comprimento entre 50 e 80 cm e cauda comprida (cerca de 40 cm) pesa normalmente 4 a 6 Kg. Da planície à montanha, dos maciços florestais às áreas agrícolas, tudo convém a esta espécie. Aliás, esta variedade também se manifesta na sua alimentação, em que tudo se encontra, do vegetal ao animal e dos peixes aos mamíferos.
Lebre (Lepus granatensis)
A lebre pertence à família do coelho, embora se distinga facilmente pelo maior tamanho (50 a 60 cm), as orelhas grandes e o grande comprimento dos seus membros posteriores, o que lhe permite adquirir grande velocidade (chega a atingir 60 Km/hora). A lebre, que nada bem e trepa sem dificuldade, ocorre em quase todo o território português. Prefere os pousios e as terras cultivadas, sobretudo planas, húmidas e pouco cobertas. É uma espécie herbívora, sendo a base da sua alimentação semelhante à do coelho.
Coelho (Oryctolagus cuniculus)
É uma das espécies cinegéticas de maior importância, constituindo, juntamente com a perdiz, a caça por excelência para o caçador português. Encontra-se distribuído por quase todo o território, vivendo em zonas de mato abundante, preferindo terrenos secos e arenosos, mais fáceis para a construção de covas. A alimentação é constituída essencialmente por plantas herbáceas, raízes, caules, grãos e mesmo cascas suculentas de algumas árvores.