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Arqueologia

Concelho de Cabeceiras de Basto

Inventário dos lugares de interesse arqueológico de Cabeceiras de Basto.


Mota, Residência fortificada

Freguesia de Riodouro

Mota
Cronologia
Meados do século XIII

Interpretação
Pelas características arquitectónico-construtivas, em que sobressai a planimetria circular com fosso circundante e a elevação através de aterro de pedras e saibro, interpretam-se os vestígios acima descritos como uma construção do tipo “mota”, da qual se encontram exemplos com extraordinária semelhança na actual região francesa da Bretanha. Estrategicamente situada a meio da encosta, dominando todo o importante vale da ribeira do Rio Douro, por onde se estabelece a ligação natural entre as terras de Basto e o planalto Barrosão, desde Refojos até às Torrinheiras, identificamos esta “mota” de Eiró com o castelo onde “tinham de ir” todos os anos, como referem as Inquirições Afonsinas de 1258, quase todos os moradores da paróquia de Santo André de Rio Douro.


Monte do Castelo, povoado

Freguesia de Riodouro

Monte do Castelo
Cronologia
Do 1º milénio a.C.

Interpretação
Pelas características topográficas, em que sobressai a reduzida dimensão da elevação, a sua armação em plataformas regulares e a implantação estratégica a dominar a ampla chã irrigada que se estende em anfiteatro para Norte, julgamos que se trata de um pequeno povoado fortificado proto-histórico, semelhante a muitos outros que se referenciam para o Norte de Portugal (BETTENCOURT, Ana M.S. Bettencourt (1995) - Dos Inícios aos Finais da Idade do Bronze no Norte de Portugal, (Separata de A Idade do Bronze em Portugal. Discursos de Poder, pp.110-115), Secretaria de Estado da Cultura, Lisboa.


Marmoirais, necrópole megalítica e arte rupestre

Freguesia de Abadim

Marmoirais
Cronologia
Considerando a ergologia dos materiais cerâmicos, a tipologia formal e estilística dos motivos gravados e a similitude geral com conjuntos semelhantes identificados um pouco por todas as serras do Noroeste, também esta necrópole e arte rupestre poderão datar-se do 2º / 1º milénio a.C.

Interpretação
Embora mal conservado, à excepção da Mamoa.5, que poderá estar intacta, trata-se de um característico conjunto de monumentos tipo “mamoa”, provavelmente com estruturas tipo cista, que habitualmente se classifica como necrópole megalítica. Importa aqui salientar o topónimo Marmoirais pelo qual se designa o local, classificável na categoria da toponímia tumular. Aparece aqui associado a um significativo conjunto de gravuras rupestres insculpidas nos afloramentos graníticos das proximidades.


Lameiras Chãs, necrópole megalítica e núcleo de fossas

Freguesia de Cabeceiras de Basto

Lameiras Chãs
Cronologia
Considerando a ergologia cerâmica bem como a similitude formal com conjuntos semelhantes identificados um pouco por todas as serras do Noroeste, também esta necrópole e área de habitat, à semelhança dessas outras, datará do 2º / 1º milénio a.C.

Interpretação
Interpretam-se os primeiro e último conjuntos de vestígios como uma necrópole de tipo “megalítico”, formada por monumentos com tumulus e câmara, podendo esta ser do tipo anta ou também cistóide. O segundo conjunto de vestígios interpreta-se como correspondendo a um núcleo do que em arqueologia da pré-história recente se tem vindo a considerar como “povoados de fossas” - um misto de zona de habitat e de armazenamento. O terceiro núcleo de vestígios poderá corresponder a uma eventual zona de terraços agrícolas fósseis.


Portela de Asnela, necrópole megalítica

Freguesia de Riodouro

Portela de Asnela
Cronologia
Considerando a ergologia dos materiais cerâmicos e a similitude com conjuntos semelhantes identificados um pouco por todas as serras do Noroeste, também esta necrópole, à semelhança dessas outras, datará do 2º / 1º milénio a.C.

Interpretação
Trata-se de um característico conjunto de monumentos tipo “mamoa”, incorporando estruturas tipo antela e cista, que habitualmente se classifica como necrópole megalítica. Como hipótese poderá correlacionar-se este conjunto de monumentos com o povoado do Castelo, Formigueiro, localizado cerca de 1 km para Norte.
 

Fojo de Uz

Freguesia de Vilar de Cunhas

Fojo de Uz
Cronologia
Porque o pastoreio conheceu um significativo incremento na Época Moderna, também este fojo aceita uma cronologia balizada entre finais do século XVI e inícios do século XVIII. Porém, considerando a mais evoluída técnica construtiva, bem como a possibilidade de os algarismos gravados numa das lajes do paredão Oeste poderem corresponder a uma data que tanto pode ser 1668 como 1868, admite-se que a construção deste fojo da Uz possa ser uma realização já do século XIX.

Interpretação
A construção descrita é, em terminologia técnica venatória, uma armadilhas de caça defensiva, neste caso para captura de lobos, designando-se correntemente por fojo de lobo. Inscrevendo-se no tipo mais comum de fojos em “V” frequentes nas serras do Noroeste, apresentam aqui duas particularidades interessantes, como sejam a solução construtiva em parede de dupla face paralela, sem alambor, com aparelho mais pequeno, o que denota um maior cuidado construtivo e a implantação “atípica” do fojo, com um dos paredões a subir para o poço e não os dois a descer, como é vulgar, colocando assim o fojo “atravessado” na encosta. A batida deveria fazer-se desde Moimenta, subindo para Norte em direcção ao Porto do Fojo e daí até aos Alto das Lameiras e Alto da Meijoadela. A passagem da portela significaria, para os lobos acossados, a entrada no fojo.
 

Juncal, necrópole megalítica

Freguesia de Riodouro

Juncal
Cronologia
Considerando a similitude com conjuntos semelhantes identificados um pouco por todas as serras do Noroeste, também esta necrópole, à semelhança dessas outras, datará do 2º / 1º milénio a.C.

Interpretação
Trata-se de um característico conjunto de monumentos tipo "mamoa", associado a gravuras rupestres, que habitualmente se classifica como necrópole megalítica.


Chão de Medeiros, necrópole megalítica

Freguesia de Vilar de Cunhas

Chão de Medeiros
Cronologia
Considerando a similitude com conjuntos semelhantes identificados um pouco por todas as serras do Noroeste, também esta necrópole, à semelhança dessas outras, datará do 2º / 1º milénio a.C.

Interpretação
Trata-se de um característico conjunto de monumentos tipo "mamoa", incorporando estruturas tipo anta de grandes dimensões, que habitualmente se classifica como necrópole megalítica.


Alto das Lameiras, monumentos tumulus

Freguesia de Vilar de Cunhas

Alto das Lameiras
Cronologia
Considerando a similitude com estruturas semelhantes identificadas um pouco por todas as serras do Noroeste, também esta estrutura datará do 2º / 1º milénio a.C.

Interpretação
Com base nas características construtivas poderá classificar-se esta estrutura como monumento megalítico tumular. Poderá estar correlacionado com a necrópole de Chão de Madeiros, situada cerca de 1,5 km para Sul.
 

Campas de Moira, sepulturas

Freguesia de Riodouro

Campas de Moira
Cronologia
Estes testemunhos conhecem uma cronologia muito dilatada, sendo habitualmente datados entre os séculos IX e XIII.

Interpretação
Trata-se de duas sepulturas de inumação que, pela configuração geral, em que releva a orientação Este/Oeste, se enquadram no universo das práticas funerárias cristãs recorrentes no Noroeste português.


Outeiro dos Moiros, povoado

Freguesia de Riodouro

Outeiro dos Moiros
Cronologia
Com base na tipologia de implantação e na ergologia cerâmica, poderá propor-se uma ocupação compreendida entre os inícios do 1.º milénio a.C. e os primeiros séculos d.C. O contexto arqueológico próximo, em que dominam evidências arqueológicas do tipo monumentos com tumulus ou “mamoas”, como os da Rachanda, do Juncal ou da Portela da Asnela / Lomba, não é discordante com a cronologia mais antiga que se propõe. Aliás, a confirmar-se futuramente uma eventual contemporaneidade entre todos estes arqueo-sítios, esta cividade de Chacim adquiriria uma importância científica acrescida.

Interpretação
Trata-se de um característico povoado proto-histórico fortificado, semelhante a muitos outros que se referenciam para a região e para o Norte de Portugal.


Aldeia Velha de Toninha, povoado

Freguesia de Riodouro

Aldeia Velha de Toninha
Cronologia
A ocupação deste local ter-se-á desenvolvido durante a Idade Média e princípios da Época Moderna, séculos XIII-XVI. Sintomaticamente, a tradição popular diz que aqui se localizaria inicialmente a aldeia de Toninha, abandonando-se o local após uma mortífera peste.

Interpretação
Do ponto de vista construtivo, encontramos paralelos para estes vestígios em arqueo-sítios da serra Amarela, como Chã da Torre e Porto Chão, no Lindoso. Nas construções da branda de Bilhares, Ermida, ou nas brandas da Peneda e do Soajo, do outro lado do rio Lima, bem como nas do vale alto do rio Vez, encontram-se bons paralelos etnográficos para este tipo de habitats. A Aldeia Velha de Juriz, no sopé de Pitões das Júnias, Montalegre, é também um bom exemplo de aldeia medieval abandonada. Com base nestes paralelismos classificamos este arqueo-sítio como um povoado, que muito provavelmente corresponderia a um dos 10 casais que as Inquirições de 1258 referem como pertencendo a Juguelhe.


Fonte Fria, monumento com tumulus

Freguesia de Riodouro

Monte Fria
Cronologia
Considerando a similitude com estruturas semelhantes identificadas um pouco por todas as serras do Noroeste, também esta estrutura datará do IIº / Iº milénio a.C.

Interpretação
Com base nas características construtivas poderá classificar-se esta estrutura como monumento megalítico tumular. Poderá estar correlacionado com o povoado do Castelo, Formigueiro, situado cerca de 1,5 km para Sul.
 

Rachanda, monumento com tumulus

Freguesia de Riodouro

Rachanda
Cronologia
Considerando a similitude com estruturas semelhantes identificadas um pouco por todas as serras do Noroeste, também esta estrutura, à semelhança dessas outras, datará do 2º / 1º milénio a.C.

Interpretação
Com base nas características construtivas poderá classificar-se esta estrutura como monumento megalítico tumular.
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