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Cabeceiras de Basto evoca valores de Abril

Autarca referiu as conquistas importantes alcançadas em Cabeceiras de Basto

26 de abril, 2012
Cabeceiras de Basto evoca valores de Abril
O Município de Cabeceiras de Basto evocou hoje, em Sessão Solene da Assembleia Municipal, a Revolução dos Cravos ocorrida a 25 de Abril de 1974, que depôs o regime ditatorial do Estado Novo e iniciou a implantação de um regime democrático em Portugal.
A sessão juntou na sala de reuniões da Assembleia Municipal o executivo liderado pelo autarca Engº. Joaquim Barreto, representantes dos partidos políticos com assento na Assembleia Municipal, presidentes de junta de freguesia, entre outras entidades militares e civis do concelho.

Na oportunidade e lembrando o marco histórico que representou o 25 de Abril em Portugal rumo a um país livre e democrático, o presidente da Assembleia Municipal, Dr. Serafim China Pereira, afirmou que “o 25 de Abril valeu a pena” pois “a democracia transferiu o poder para os cidadãos, que alcançaram igualdade de direitos e de oportunidades”.

Enalteceu ainda o poder local como ‘espaços de poder em liberdade e democracia’ que contribuiram de forma decisiva para a “democratização do país e o seu desenvolvimento”. Na oportunidade, o autarca referiu a crise que o país atravessa, os cortes e as dificuldades que condicionam o normal cumprimento dos ideais de Abril, ideais estes que o poder local e os cidadãos devem continuar a lutar para manter vivos. Fez-se Abril para construir uma vida melhor e apesar das dificuldades, devemos continuar a lutar, apelou o presidente da Assembleia Municipal de Cabeceiras de Basto.

Depois de cumprimentar todos os presentes e felicitar a Assembleia Municipal pela organização da sessão solene evocativa da efeméride e de agradecer a todos os que colaboram nestas Comemorações concelhias do 25 de Abril, o presidente da Câmara Municipal de Cabeceiras de Basto, Eng.º Joaquim Barreto, salientou que “celebrar a Liberdade é eternizar a memória de todos aqueles que protagonizaram o 25 de Abril”.

Fazendo referência à crise económica, social e de valores que o país atravessa, o Engº. Joaquim Barreto fez uma reflexão sobre o que é o Estado, o território e as competências. Lembrou por isso, o que tinhamos antes do 25 de Abril, o que temos e o que ansiamos. Se no passado, havia mais Estado e pior Estado, hoje temos no interior menos Estado e melhor Estado, e em Lisboa, um Estado mais centralista, mais gastador, que não resolve, que não cumpre os ideais de Abril em áreas vitais como a educação, saúde e social.
Na sua intervenção, o autarca referiu as conquistas importantes alcançadas em Cabeceiras de Basto, que permitiram melhorar equipamentos e garantir serviços. Temos hoje, melhores acessos não só ao mas também, no concelho e criamos e instalamos equipamentos desportivos, de lazer, sociais, educativos e culturais.

No passado, resistimos e agimos lutando por melhores condições. Hoje, estamos a ser confrontados com situações para as quais devemos estar atentos, como são a extinção, fusão a agregação de freguesias, o encerramento do Tribunal e outros serviços, o que não podemos permitir e por isso “continuaremos a lutar com a razão dos nosso direitos”, salientou o autarca, referindo ainda que “somos representantes das populações e como tal não podemos cruzar os braços”. “Queremos o Estado a que temos direito”.

O autarca na sua intervenção, realçou o papel do Poder Local, no combate permantente à desertificação criando condições para a fixação das pessoas; na valorização e defesa da nossa história, identidade e cultura; na legitimidade do Poder Local democrático, que resolve, que decide, que faz e que cada dia que passa tem mais atribuições em todas as áreas substituindo o Governo, e tem menos dinheiro para fazer face a essas mesmas atribuições que - apesar dos cortes financeiros - com 10% das receitas do Estado, o Poder Local é responsável por 50 % do investimento público, seja na educação, na ação social ou na dinamização da economia. Precisa por isso, de interlocutores mais próximos, eleitos pelos cidadãos, para promover mais desenvolvimento e com mais eficácia, com reforço da prestação de serviços públicos e menores custos. Isso faz-se através da Regionalização, disse o autarca, que terminou referindo que, se as pretensões do Poder Local forem atendidas “aprofundarmos a democracia de proximidade, invertemos esta tendência de desertificação combatendo o centralismo, a ineficácia do Estado e promovemos e cumprimos melhor o espírito e os valores do 25 de Abril”.

Na sua intervenção, a representante do Grupo Municipal do PS, Dra. Catarina Alves Ramos, lembrou que evocar Abril é trazer à memória colectiva os homens e as mulheres que sonhavam com a democracia, enaltecendo todos aqueles que directa ou idirectamente contribuiram para que os Portugueses alcançassem o bem mais precioso que é a Liberdade. Liberdade esta, pela qual diariamente devemos continuar a lutar e não permitindo que se encerrem serviços de proximidade que garantem melhores condições de vida às populações. Na sua intervenção distinguiu ainda o poder local - marco fundamental de democracia - teceu reparos às medidas de austeridade que se sentem e que geram injustiças sociais colocando Portugal num papel periférico que não podemos aceitar. No contexto sócio-económico difícil pelo qual o país atravessa, apelou à capacidade dos portugueses para não se resignarem e abrirem caminhos para novas oportunidades.

Por seu turno, o Líder do Grupo Municipal da Coligação “Juntos por Cabeceiras” (PPD/PSD - CDS-PP), Engº. Duarte Nuno Bastos, lembrou os três D’s subjacentes à revolução de Abril: Descolonização, Desenvolvimento e Democratização, fazendo um balanço e uma analogia aos dias de hoje. Disse que Portugal é hoje um país melhor, mais desenvolvido, mas continua a colidir, como então, com muitas dificuldades. Estamos colonizados pelos nossos credores, dependentes e desanimados. Apelou por isso, a uma mudança no paradigma do desenvolvimento que deve incluir as pessoas, considerando fundamental dar espaço à espontaneidade e à coesão social.

Prémios das Provas de Atletismo e Corrida da Liberdade


No final da Sessão Solene da Assembleia Municipal evocativa da efeméride foram entregues os prémios aos participantes das Provas de Atletismo e Corrida da Liberdade, iniciativas da responsabilidade da ADIB – Associação Dinamizadora dos Interesses de Basto, que envolveram crianças, jovens e adultos ao longo da manhã de hoje.Os vencedores das provas, divididas em vários escalões, foram premiados com taças, havendo medalhas para todos os participantes.

Foram igualmente entregues prémios aos vencedores da Corrida da Liberdade, que decorreu entre as vilas de Arco de Baúlhe e Cabeceiras de Basto, na qual participaram atletas provindos não só do concelho de Cabeceiras de Basto, como de municípios vizinhos.

A festa prossegue durante a tarde, no Auditório Municipal Ilídio dos Santos, com um concerto promovido pela Centenária Banda Cabeceirense. Uma iniciativa que está agendada para as 15h30.

Este programa, abrangente e diversificado que tem como principal objectivo agregar várias faixas etárias da população em torno de uma data de grande significado para os portugueses, continua na sexta-feira, dia 27 de abril, com a visita a Cabeceiras de Basto do Ex-Presidente da República, Dr. Mário Soares, cujo progama integra o descerramento da placa toponímica ‘Alameda Dr. Mário Soares’ (em frente ao Tribunal) e a apresentação do livro ‘Palma Inácio e o Golpe dos Genreais (1947) seguida da conferência ‘As Causas e os Valores de Abril e o Portugal de Hoje’, no Auditório Municipal Ilídio dos Santos.

No dia 28 de abril, derradeiro dia destas celebrações, está prevista a apresentação da peça Olhar Fraterno – tributo a Zeca afonso. Um espectáculo levado à cena pelo Centro de Teatro da Câmara Municipal de Cabeceiras de Basto, que está agendado para as 21h30m, nos Claustros do Mosteiro de S. Miguel de Refojos. De referir que a realização deste espectáculo, por ser ao ar livre, está condicionado às condições climatéricas que se fizerem sentir.

O programa festivo do 25 de Abril, é promovido pela Câmara Municipal de Cabeceiras de Basto, com o apoio da Emunibasto, da ADIB – Associação Dinamizadora dos Interesses de Basto, dos Bombeiros Voluntários Cabeceirenses e da Banda Cabeceirense.



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