A iniciativa teve lotação esgotada.

Acompanharam o presidente da Câmara na sessão de abertura a vice-presidente do Conselho Diretivo do Património Cultural, Ana Catarina Sousa; Lília Basílio da CCDR-Norte - Cultura e Património; a diretora da Faculdade de Letras da Universidade do Porto (FLUP), Paula Pinto Costa; e a coordenadora Científica do CITCEM - Centro de Investigação Transdisciplinar ‘Cultura, Espaço e Memória’ da Faculdade de Letras do Porto, Inês Amorim.

A abertura deste 7.º Seminário Internacional ficou marcada pela atuação da Academia Sénior de Cultura e Convívio de Cabeceiras de Basto que interpretou o Hino ao Mosteiro de S. Miguel.

Depois de saudar os convidados, bem como a numerosa plateia presente no primeiro dia deste 7.º Seminário Internacional “Ora Et Labora”, o presidente da Câmara Municipal realçou a celebração do “lançamento da primeira pedra na Igreja Nova de Basto, no ano de 1755, pelo Reverendíssimo Frei Francisco de S. José, então Abade do Mosteiro. Este magnífico templo, cuja imponência, beleza e simbolismo atravessaram gerações, tornou-se um marco incontornável na história, na arquitetura, na arte, na cultura e na literatura de Cabeceiras de Basto, mas também de Portugal”.

A “Igreja Nova” não é apenas “a Jóia do Barroco em Terras de Basto, como carinhosamente Frei Geraldo a identificou. É um testemunho vivo da fé, da dedicação e da visão dos monges beneditinos, cujo lema Ora et Labora – reza e trabalha – moldou, ao longo dos séculos, a identidade deste território e das suas gentes”, considerou o edil, referindo que “este Mosteiro foi, e continua a ser, um pólo agregador de cultura, espiritualidade e desenvolvimento local”.

Ao longo destes 270 anos, a “Igreja Nova” foi palco de momentos decisivos, de celebrações, de encontros e de partilhas. “Foi e continua a ser fonte de inspiração para escritores, poetas e artistas, sendo, igualmente, um espaço de referência para todos aqueles que valorizam o património e a memória coletiva”, acrescentou Francisco Alves.

Cabeceiras de Basto tem sabido preservar e valorizar este legado, promovendo a sua reabilitação, a dinamização cultural e a abertura à comunidade e ao mundo. E este seminário “é prova disso mesmo: um espaço de reflexão, de partilha de conhecimento e de projeção do Mosteiro de Refojos de Basto para o futuro”, destacou o autarca.

Passados 10 anos da realização do 1.º Seminário Internacional, a Câmara Municipal de Cabeceiras de Basto mantém o mesmo propósito – “o de salvaguardar, valorizar e divulgar o Nosso Mosteiro” – de olhos postos na classificação deste momento de carácter excecional como Património Cultural da Humanidade.

“E estou certo de que com os contributos dos prestigiados investigadores, académicos, estudantes e entusiastas de várias áreas do saber, que têm, em muito, contribuído para aprofundar o conhecimento sobre o Nosso Mosteiro, esse desígnio será alcançado”, finalizou Francisco Alves, agradecendo e reconhecendo “todas as outras pessoas que têm vindo a colaborar neste evento”, que se espera poder “continuar a despertar o interesse de estudiosos e investigadores e que possibilite a partilha de novos conhecimentos sobre este magnífico e valioso monumento beneditino”.

Na sua intervenção, a vice-presidente do Conselho Diretivo do Património Cultural, Ana Catarina Sousa, enalteceu a “sessão muito participada (…), o sentido de partilha e a longevidade desta iniciativa”, referindo que “o Património é de todos” e que é dever de todos protegê-lo.

No uso da palavra, Lília Basílio da CCDR-Norte - Cultura e Património felicitou a Câmara Municipal pela organização deste 7.º Seminário Internacional, aproveitando a oportunidade para dar a conhecer o projeto das Rotas do Norte - Rota "Mosteiros e Conventos a Norte", no qual está também inserido o Mosteiro de S. Miguel de Refojos.

Na oportunidade, a diretora da Faculdade de Letras da Universidade do Porto (FLUP), Paula Pinto Costa, e a coordenadora Científica do CITCEM - Centro de Investigação Transdisciplinar ‘Cultura, Espaço e Memória’ da Faculdade de Letras do Porto, Inês Amorim, elogiaram, igualmente, a participação da comunidade nesta iniciativa em torno do Mosteiro, um monumento “que se impõe na paisagem” e que é “agregador”, manifestando a disponibilidade do CITCEM/FLUP em dar continuidade à parceria com a Câmara Municipal na dinamização deste prestigiado evento cultural.

Ao longo do dia estiveram em destaque temas como “Igreja do Mosteiro de Refojos de Basto - 270 anos”, por Paulo Oliveira do Património Cultural/Mosteiro de S. Martinho de Tibäes; “A lgreja do Mosteiro, 270 anos de história e de intervenções - a dinâmica dos últimos anos”, por Paulo Freitas - PFMJM Arquitetos; “Galegos em Cabeceiras” por Eduardo Pires de Oliveira - ARTIS - IHA/FL/UL; “A atividade artística de Frei José Vilaça e de D. Francisco Solha em Refojos de Basto e em Guimarães” por António José Oliveira - FLUP/CITCEM; “O Tardoz do Retábulo-mor da lgreja do Mosteiro de Refojos de Basto” por José Vieira Gomes - doutorando e investigador ARTIS - IHA/FLUL e Manuel Pinheiro Gonçalves - Formador IEFP; “A influência das estampas de Bernardino Passeri na iconografia Beneditina” por António José Ferreira Afonso da Universidade Santiago de Compostela; e ainda “O monge entalhador Frei José de Santo António Ferreira Vilaça à luz dos estudos de Robert C. Smith” por Sílvia Ferreira - IHA-NOVA/ FCSH / IN2PAST.

Ao longo do dia, associaram-se também a esta iniciativa o vereador Manuel Teixeira, o presidente da Junta de Freguesia de Refojos, Outeiro e Painzela, outros autarcas do município, a Comissão Organizadora e a Comissão Científica deste Seminário Internacional, demais entidades civis e militares, convidados e público em geral.

Esta noite, no âmbito do programa deste 7.º Seminário Internacional, está agendado a partir das 21h30, um momento cultural no Espaço Ilídio dos Santos, no Claustro do Mosteiro de S. Miguel de Refojos, com o Grupo Ensemble Vocal INTROITUS.