Gondiães celebrou Festa das Papas em honra de S. Sebastião
Foram muitos os romeiros que subiram a serra para venerar o Santo
21 de janeiro, 2020
A aldeia serrana de Gondiães, no concelho de Cabeceiras de Basto, festejou dia 20 de janeiro, a Festa das Papas em honra de S. Sebastião – ‘advogado da fome, da peste e da guerra’ – que é realizada de uma forma alternada ora em Gondiães, em anos pares, ora no Samão, em anos ímpares. Uma tradicional e peculiar romaria minhota que atraiu muitas centenas de visitantes à Serra da Cabreira.
O presidente da Câmara Municipal de Cabeceiras de Basto, Francisco Alves, associou-se esta manhã à romaria, fazendo-se acompanhar pela vereadora Dra. Carla Lousada e pelo presidente da Junta de Freguesia de Gondiães e Vilar de Cunhas, Eng. Manuel Ramos, entre outros autarcas da freguesia.
Reza a lenda local que, na Idade Média, os povos que habitavam aquela serra foram assolados por uma peste que atingiu homens e animais. Para se verem livres da doença, os habitantes daquelas aldeias recorreram a S. Sebastião de quem eram devotos e que os terá libertado de tal ‘maldição’. Como forma de gratidão, as pessoas prometeram que daí em diante fariam uma festa e ofereceriam o que de melhor o povo tinha a todos quantos ali se deslocassem para honrar o Santo. Desde então, todos os anos, a promessa renova-se honrando um compromisso antigo.
Hoje a festa repetiu-se. Depois da missa, os romeiros seguiram em procissão até à Casa do Santo para a bênção dos alimentos – papas, pão e carne. No local do repasto, ao longo da estrada, numa ‘mesa’ improvisada, foram colocadas toalhas de linho e sobre elas foram distribuídos os alimentos. Note-se que a disposição das papas, do pão, da carne e do vinho é feita com uma vara de madeira com cerca de 2 metros, que vai marcando o espaço para a colocação dos produtos.
Os preparativos da festa começaram uma semana antes. O pão foi cozido pelas mulheres da aldeia e as papas foram confecionadas pelos homens, podendo comer-se quentes ou frias.
Terminada a refeição, algumas pessoas levam consigo os pedaços de broa que lhes coube para guardarem durante alguns dias porque acreditam na afamada ‘mezinha’ que existe no pão que foi benzido. Até há quem acredite que a broa serve de remédio para as doenças que afetam as pessoas e os animais.
Neste dia 20 de janeiro – Dia de S. Sebastião – a promessa renovou-se e foram muitos os romeiros que subiram a serra para venerar o Santo e provar a ‘mezinha’.