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Samão honra S. Sebastião e celebra tradição da Festa das Papas

Tradicional e peculiar romaria minhota atrai centenas de forasteiros

20 de janeiro, 2017
Samão honra S. Sebastião e celebra tradição da Festa das Papas
A aldeia do Samão celebrou hoje, dia 20 de janeiro, a tradicional e peculiar Festa das Papas em honra de S. Sebastião, ‘padroeiro da fome, da peste e da guerra’. Todos os anos, neste dia 20 de janeiro, realiza-se a ‘Festa das Papas’ de forma alternada, ora no lugar do Samão, em anos ímpares, ora no lugar de Gondiães, em anos pares.
O presidente da Câmara Municipal de Cabeceiras de Basto, Francisco Alves, acompanhado pelo vereador Mário Leite, pelo presidente da Junta de Freguesia de Gondiães e Vilar de Cunhas, Manuel Ramos, e outros autarcas, associou-se esta manhã à romaria em honra de S. Sebastião.

A jornada começou de manhã cedo com a celebração de uma missa em honra de S. Sebastião, seguindo-se no largo do Samão, também hoje inaugurado, a bênção dos alimentos e o cortejo até ao campo na sede do GAS – Grupo Associativo do Samão, onde foi posta a ‘mesa’ em toalhas de linho em pleno campo. Ao longo de dezenas de metros foram colocados os alimentos para serem distribuídos pelos romeiros. A distribuição das papas, do pão e do vinho é tradicionalmente feita com uma vara de madeira, que vai marcando o espaço nesta ‘mesa’ improvisada ao longo da qual se vão distribuindo os alimentos e os romeiros.

Terminada a refeição, algumas pessoas levam consigo os pedaços de broa que lhes coube para guardarem durante alguns dias porque acreditam na afamada ‘mezinha’ que existe no pão que foi benzido. Até há quem acredite que a broa nunca ganhará bolor e que serve de remédio para as doenças que afetam as pessoas e os animais.

Reza a lenda local que, na Idade Média, os povos que habitavam aquelas serras foram assolados por uma grande peste que atingiu humanos e animais. Para se verem livres da doença, os habitantes daquelas aldeias sertanejas recorreram a S. Sebastião de quem eram devotos e que os terá libertado de tal ‘maldição’.

Então, como forma de gratidão, as pessoas prometeram que daí em diante fariam uma festa e ofereceriam o que de melhor o povo tinha, ou seja, o pão, o vinho e a carne, a todos quantos ali se deslocassem para honrar o santo. Desde então, todos os anos, a promessa renova-se e a festa repete-se, honrando assim um compromisso antigo assumido pelos seus antepassados.

A festa tem lugar no dia 20 de janeiro, mas os preparativos começam uma semana antes. O pão é confecionado e cozido pelas mulheres da aldeia e armazenado na ‘casa do Santo’ para que no dia de S. Sebastião seja benzido, assim como as tradicionais papas e o vinho para serem oferecidos a todos os que se desloquem à aldeia para honrar o padroeiro.

Trata-se por isso, de uma tradicional e peculiar romaria minhota que todos os anos atrai centenas de forasteiros que sobem a serra para participar na ‘Festa das Papas’.
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