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Remodelação do claustro desvenda vestígios arqueológicos

Obras a decorrer no Mosteiro de S. Miguel de Refojos

10 de setembro, 2013
Remodelação do claustro desvenda vestígios arqueológicos
A Câmara Municial de Cabeceiras de Basto, tem em curso as obras de remodelação do claustro do Mosteiro de S. Miguel de Refojos. Neste âmbito, e cumprindo com as imposições legais em vigor, foram realizadas escavações arqueológicas de avaliação no espaço a intervencionar.
Os trabalhos arqueológicos foram revelando inúmeros vestígios de sepultamentos em sarcófago, nos quais ainda se conservam esqueletos que serão registados e devidamente estudados por técnicos especializados em Antropologia Física.

Estas sepulturas estão apensas a alicerces de muros, que se supõe pertencerem à primeira fase de construção do mosteiro. No decurso deste levantamente arqueológico foram também encontrados vários elementos arquitectónicos de talha românica, reutilizados na estrutura de pavimento do claustro, os quais documentam a fase românica deste importante monumento.

Recorde-se que o mosteiro foi sofrendo significativas remodelações ao longo das épocas, as quais obliteraram por completo os vestígios das suas fases antigas. Sendo ainda prematuro avançar com datações precisas, presume-se que os vestígios encontrados se poderão enquadrar entre os séculos VIII/IX e o século XII.

Esta intervenção permitiu, pela primeira vez, documentar materialmente a existência do primitivo Mosteiro de S. Miguel de Refojos, do qual apenas possuíamos algumas referências históricas obscuras. O levantamento arqueológico em curso, permite-nos assim, desvendar uma pouco mais sobre a fundação deste importante mosteiro beneditino e assim contribuir para o enriquecimento da história local.

De referir que a remodelação do claustro do Mosteiro de S. Miguel de Refojos, incide sobretudo na drenagem das águas pluviais, numa intervenção arbória e também ao nível do ajardinamento e pavimentação do piso deste nobre espaço que se pretende seja de fruição e lazer, adaptando-o igualmente para o desenvolvimento de atividades culturais, recreativas, entre outras.

Dignificar o local, conferindo-lhe uma maior visibilidade sobre a parte edificada, nomeadamente o Zimbório e as Torres Sineiras do Mosteiro, foi um dos principais objetivos desta intervenção minimalista, cuja execução vai certamente requalificar, beneficiar e modernizar os Claustros deste vetusto monumento, considerado a Jóia do Barroco em Terras de Basto.

Este espaço, outrora local de clausura dos monges beneditinos, sofreu beneficiações diversas nos últimos anos realizadas pela Câmara Municipal de Cabeceiras de Basto, nomeadamente, ao nível da pintura, som e iluminação dos Claustros.

No entanto a parte central permaneceu sempre em terra, onde em tempos foram plantadas algumas árvores tais como ciprestes, que além de serem desadequadas e inestéticas ao local, já se apresentavam bastante velhas e consequentemente, mais suscetíveis a quedas provocadas por intempéries. Por outro lado, o volume vinha contribuindo para o aumento de infiltrações ao nível dos telhados deste antigo Mosteiro.

A execução do projeto aprovado, elaborado por um prestigiado e conceituado gabinete de arquitetura do Porto, teve em conta a riqueza patrimonial do monumento e o parecer favorável da Direção Regional da Cultura do Norte.

A remodelação dos Claustros do Mosteiro de S. Miguel de Refojos, uma vez concretizada, vai proporcionar um ‘novo’ espaço de fruição cultural à população Cabeceirense.


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