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Daniel Serrão sensibiliza para a solidariedade entre gerações

Iniciativa âmbito das comemorações do Ano Europeu do Envelhecimento Ativo e da Solidariedade entre as Gerações

26 de junho, 2012
‘Gerações Solidárias’ foi o tema que trouxe a Cabeceiras de Basto o professor catedrático Daniel Serrão, licenciado em Medicina, área em que se distinguiu ao longo da vida pela sua dedicação e entrega, concretizando inúmeros projetos na área da Anatomia Patológica e, mais recentemente, da Bioética.
Com o apoio da Câmara Municipal de Cabeceiras de Basto, o Centro de Desenvolvimento Hermígio Romarigues (CEDRHUS) promoveu ontem à noite, 25 de junho, uma palestra subordinada ao tema ‘Refletir para agir – Gerações Solidárias: uma sociedade para todas as idades’ que se enquadra no âmbito das comemorações do Ano Europeu do Envelhecimento Ativo e da Solidariedade entre as Gerações.

A iniciativa juntou dezenas de pessoas na Casa da Cultura de Cabeceiras de Basto, tendo contado com a presença do presidente da Câmara Municipal, Eng.º Joaquim Barreto, dos vereadores Dr. Domingos Machado, Francisco Pereira e Margarida Coutinho, do presidente da Junta de Freguesia de Refojos, Francisco Alves, da administradora da Emunibasto, Profª Stela Monteiro, da diretora da Basto Vida, Drª. Catarina Ramos, membros da Assembleia Municipal, bem como do presidente da direção da CEDRHUS, Dr. Alcino Castro, entre outros convidados.

Na oportunidade, o presidente da Junta de Freguesia de Refojos, Francisco Alves, e o presidente da direção da CEDRHUS, Dr. Alcino Castro, deram as boas-vindas ao orador, agradecendo a sua presença, assim como de todos aqueles que se associaram ao evento.

Com um discurso claro e objetivo, Daniel Serrão prendeu a atenção da plateia, que ouviu o orador falar sobre temas atuais, como é o caso da solidariedade intergeracional, do voluntariado jovem e do “novo estrato etário do século XX – os seniores”.

Daniel Serrão apontou o dedo às “famílias más”, que não souberam cuidar devidamente dos seus idosos, afirmando que atualmente “são necessárias estruturas que funcionem como famílias boas”, que acolham os seniores com todo o respeito.

Tendo em conta a crescente evolução da família nos últimos 100 anos (atualmente são contabilizados 20 modelos de família), Daniel Serrão explicou que “como estrutura social, a família perdeu peso”. De acordo com o especialista, a nossa sociedade passou de uma solidariedade vertical descendente (de pais para filhos) para uma solidariedade vertical ascendente (de filhos para pais), o que se traduz em mudanças no seio familiar.

Tendo um “peso importante na sociedade portuguesa, os seniores são hoje mais de 2 milhões, o que representa 1/5 da população nacional”, revelou Daniel Serrão, justificando que os seniores estão divididos em três categorias: tipo 1 (pessoas com mais de 65 anos, saudáveis, independentes e ativas); tipo 2 (pessoas com alguns problemas de saúde, reformados e inativos); e tipo 3 (quando a pessoa está em processo de morte).

Para o professor catedrático, o desafio que se coloca atualmente à sociedade é “combater socialmente o sénior tipo 2”, incentivando os maiores de 65 anos a encontrar “um novo projeto de vida” que os mantenha ativos, saudáveis e felizes, e que os afaste do isolamento e das doenças.

Dando como exemplo a sua própria experiência de vida, Daniel Serrão, atualmente com 84 anos de idade, apelou à plateia para fazer mudanças ao nível da sua atividade, em busca de um novo projeto de vida e da felicidade, pois “a felicidade reduz o envelhecimento”.

Defendendo que “é preciso saber ouvir os idosos”, o professor falou da crescente necessidade de uma “solidariedade ascendente”, em que o voluntariado juvenil assume particular importância. “Os jovens precisam alargar a sua visão da humanidade”, sublinhou Daniel Serrão.

Agradecendo a presença de todos e tecendo rasgados elogios ao professor catedrático - “grande comunicador e pensador” - o presidente da Câmara Municipal, Eng.º Joaquim Barreto, destacou a atualidade do tema em causa, referindo que “o Estado, com a ajuda da comunicação social, levou a toda esta situação”. E declarou: “ao promover lares, lares e lares, o Estado promoveu o egoísmo”.

Joaquim Barreto falou do exemplo de Cabeceiras de Basto que, ‘remando contra a maré’, criou a Comissão Municipal de Proteção de Pessoas Idosas de Cabeceiras de Basto (CMPICB), comissão esta que tem vindo a sinalizar várias situações de pessoas em risco no concelho.

O edil cabeceirense deu ainda o exemplo da Universidade Sénior de Cabeceiras de Basto, que tem como objetivo criar e dinamizar regulamente atividades sociais, culturais, educacionais e de convívio entre os ‘alunos’.

De referir que esta iniciativa foi organizada no âmbito das comemorações do Ano Europeu do Envelhecimento Ativo e da Solidariedade entre as Gerações, que tem como objetivo facilitar a criação de uma cultura de envelhecimento ativo na Europa, baseada numa sociedade para todas as idades.


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