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Visitas ao património encerram «Memórias do Território»

Iniciativa proporcionou maior conhecimento da região

23 de maio, 2011
Visita a Moinhos de Rei - Cabeceiras de Basto
Diversas visitas ao património das terras de Basto encerraram no dia 20 de Maio de 2011, o primeiro Encontro de História Local – Memórias do Território. Uma iniciativa que a Câmara Municipal de Cabeceiras de Basto promoveu através do Museu das Terras de Basto/Núcleo Ferroviário do Arco de Baúlhe, que nos dias 19 e 20 de Maio, reuniu dezenas de pessoas interessadas em conhecer um espaço multifacetado que pode e deve ser olhado de diferentes maneiras.
Se o primeiro dia ficou marcado pela realização de cinco palestras promovidas com o intuito de divulgar o riquíssimo património natural, edificado e material da região e protagonizadas pelos oradores Álvaro Domingues (geógrafo) que abordou ‘A vida no campo’, Manuel Queiroga (professor) que falou sobre o inventário arqueológico de Cabeceiras de Basto, Inês Gonçalves (arquitecta) cuja intervenção incidiu nos Moinhos: apontamentos de conservação, António Pereira Dinis (investigador), que abordou os muros-apiários do médio Tâmega como um património a peservar e Ricardo Cardoso, da Fundação do Museu Nacional Ferroviário, cuja alocução teve como tema a ‘Construção da Linha do Tâmega (1905-1949)‘, o segundo e último dia deste encontro ficou marcado pelas visitas ao património, quer em Mondim de Basto, quer em Cabeceiras de Basto.

A observação da silha de Arjuiz e das silhas de Requeixo - muros em pedra que sob a forma de círculo protegem as abelhas e as colmeias dos seus principais predadores - assim como a visita às Fisgas de Ermelo, ambas orientada pelo investigador António Pereira Dinis, integraram o programa da parte da manhã, proporcionando aos participantes uma observação directa sobreos locais referidos, desvendando simultaneamente, uma pouco das suas memórias e funcionalidades ao longo dos tempos. Esta visitas que tiveram lugar em Mondim de Basto, contaram com a colaboração daquela Câmara Municipal, que se associou ao evento.

O programa prosseguiu durante a tarde em Cabeceiras de Basto, com a visita a Moinhos de Rei, na freguesia de Abadim, onde sob a orientação da Arquitecta Inês Gonçalves foram explanados os usos e costumes de sete moinhos de água servidos pela ‘levada de víbora’, que outrora abastecia as gentes da freguesia e fazia funcionar as azenhas. Um conjunto moinhos construídos no reinado de D. Dinis, rei que incentivou, sobretudo no Entre-Douro-e-Minho, a industria da moagem, até então quase exclusivamente realizada pelo esforço do homem e do animal, esmagando o cereal primeiramente entre duas pedras e recorrendo depois ao pilão e ao gral. A invenção dos moinhos de água, abriu uma nova era na moeagem. Os Moinhos de Rei eram comunitários, pertencentes ao rei, mas metade do seu rendimento seria para a coroa.

Verdadeiras obras de ‘engenharia’ estes moinhos, ainda em funcionamento, despertaram o interesse do grupo, quer pela sua beleza, quer pelo local onde se inserem e pelo sistema de abastecimento de água que os serve.

A jornada terminou com a visita à Torre em Abadim.

Estas ‘Memórias do Território’ proporcionaram assim, durante dois dias, um maior conhecimento da região, traduzindo-se numa iniciativa do agrado de todos os participantes, oradores e autarcas. Uma iniciativa que o Museu das Terras de Basto pretende repetir no próximo ano e desta forma divulgar os temas apresentados e constituir um corpus de investigação sobre o território onde nos encontramos.
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