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Festas de S. Miguel - Celebração Oficial

Data
29/09/2011

Referem as sagradas escrituras que S. Miguel venceu Lúcifer, o Anjo Rebelde, aquando da revolta deste que arrastou para a perdição a terça parte dos seus companheiros. Por isso, a Igreja e os seus crentes recorrem ao auxílio daquele que sempre se mostrou seu protector.

As intervenções de S. Miguel em favor do povo de Deus, quer no Antigo, quer no NovoTestamento, motivaram, da parte da Igreja, uma especial veneração a este arcanjo, considerado e honrado com um culto especial. Em documentos oficiais da Igreja, S. Miguel é honrado como protector e guarda e como padroeiro dos agonizantes, que oinvocam como uma espécie de advogado de defesa na vida e na hora da morte.

A liturgia da festa do dia 29 de Setembro, agrupa três arcanjos na mesma data: S. Miguel, S. Gabriel e S. Rafael, que outrora se celebravam, cada um em seu dia. A Igreja estabeleceu uma festa litúrgica com missa e ofícios próprios.

O povo Cabeceirense escolheu S. Miguel para seu santo, ao qual chamam Santo protector, guerreiro e ou o Anjo da Paz. Os crentes confiam-lhe as suas colheitas, a produção dos seus campos e o gado.

O Arcanjo sai da sua capela, no seu andor, em procissão. As pessoas fazem promessas e oferecem-lhe andores. Todos os andores são oferecidos em promessa, à Igreja, excepto o de S. Miguel, o qual é mconfeccionado pela Igreja.

As promessas apresentam-se como uma prática concentrada da religião popular. Promete-se a um santo, quando está em perigo a segurança essencial de existência individual, familiar ou social. Na consciência dos cabeceirenses, as promessas fazem parte da devoção espiritual. O transporte dos andores é testemunho da promessa mantida, depois de jurada a fé e que o seu devoto não faltou a uma fiel retribuição. Um gesto frequente pertencente à categoria de promessas observado nesta procissão, consiste em transportar os andores, descalço. Mas o mais corrente é o da oferta. Alguns doadores preferem pendurar a oferta (em dinheiro) no manto da estátua ou com ela, completar a ornamentação do andor.

Pelas onze horas realiza-se a missa solene, de grande cerimonial, precedida pelo repicar dos sinos, que anunciam depois o seu final.

Na procissão predominam as cenas estáticas e sobretudo as evocações litúrgicas. Várias pessoas vão vestidas com túnicas – as opas. Transportam os andores. As figuras saem com uma ordem e uma sequência, segundo a importância litúrgica de cada figura ou santo.

A confecção dos andores é realizada na própria vila pelos artífices – armadores cabeceirenses, que executam a maioria.

É uma mistura de cores, feita para sobressair com a luz do sol: fitas, tafetás, papel frisado, vidrinhos, pérolas, estrelas de ouro e prata em curvas e contracurvas que compõem um nicho ao santo – mesmo que a estátua seja pequena, pode ter o pedestal de vários metros de altura.

Não há festa de carácter religioso ou outra, que não inclua foguetes.

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