“O Pássaro de Papel”

SINOPSE
A liberdade é como um voo que todos os dias temos que exercitar.

Um dia descobri que a verdade não é apenas o real. Pude sentir isso, de forma mais palpável, na arte dos contadores de histórias da tradição. Os Mestres do Teatro Popular, eles que transformam o invisível numa verdade poética, descortinaram diante dos meus olhos essa outra visão da verdade do imaginário. O conto que ouvi da professora Aglaé d’Avila, no Nordeste ibérico do Brasil, era tão verdadeiro quanto imaginado, tão real quanto inventado, tocou-me profundamente. Fez-me sentir como se eu fosse aquele pássaro, diferente, um pássaro de papel que apenas queria viver o sonho de ser livre. Imediatamente tive vontade de voltar a contar essa história tão simples, tão poética e tão humana, conta-la para todos. Provocar uma vez mais a reflexão, pois para isso ainda deve servir a arte que é sonho e no sonho inventar transformações, encontrar a liberdade de viver sem a obrigação de ter que ser igual.

Se o invisível existe, se ele está dentro de cada um de nós diferente, em cada olhar, sentir, entender, será e é a nossa mais íntima verdade. Ah! quantas vezes rejeitamos essa verdade ou simplesmente não a deixamos transparecer, quantas vezes deixamos de ser o imaginário que acreditamos, abdicamos do nosso sonho, ou até, sentimos “vergonha” de sonhar.
- “Andas com a cabeça no ar?” – “Põem os pés na terra!” – “Estas no mundo da Lua?” - ... Como se o nosso imaginário fosse sempre alado, nos desse asas para um voo que constantemente é reprimido, cortado, adiado. No sonho somos diferentes, verdadeiros e únicos. Mas a realidade parece não gostar dessa diferença, a realidade rejeita o sonho.
Estimular o conviver com as diferenças, pode servir para que sejamos mais humanos, na arte e na vida, que nunca poderá deixar de ser o nosso maior sonho. Um Pássaro de Papel que tem o coração e os olhos de quem o criou... Este deve ser o meu teatro, simples como um brinquedo de brincar, alegre como uma festa, divertido para celebrar a vontade de ser humano. Não, não pretendo o grande teatro do mundo, apenas um fragmento do sonho que todos os dias tenho que aprender a sonhar. Para sentir este teatro, basta que cada espectador tenha os olhos de ver para além do olhar.
Deixem que este Pássaro de Papel abra as suas asas e seja exemplo de uma lição de voo e de liberdade.

Ficha Técnica

Encenação e Direcção / MONCHO RODRIGUEZ
Dramaturgia inspirada no conto de / AGLAÉ D’AVILA FONTES
Produção / CENTRO DE CRIATIVIDADE - PÓVOA DE LANHOSO
DIRECÇÃO DE CENA / TÂNIA CARDOSO

Brincantes e Criadores

Elenco:
SOFIA LEMOS (o Pássaro de Papel)
ISABEL PINTO (a Menina – Menina Flor – Menina Pássaros)
Música / NARCISO FERNANDES
Cenário e figurinos / MONCHO RODRIGUEZ
Execução de Figurinos / MARÍLIA MARTINS e LURDES DOURADO
Execução de cenário / DOM – Póvoa de Lanhoso
Cenário Virtual / MARGARIDA MOURA GUEDES / RUI GATO / CATARINA SOBREIRO
Adereços / Equipa do CCPL
Desenhos / DIANA DUARTE
Fotografia / RUI PITÃES
Arranjo Gráfico / AMÉRICO FIGUEIREDO
Administração / OLGA SOUSA
Produção executiva / CATARINA ALVES e TÂNIA CARDOSO
luminação / Miguel Marques
Técnico Auxiliar / VICTOR CRUZ