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Em Cabeceiras de Basto a evocar o 25 de abril de 1974

A cada ano que passa celebrar Abril ganha novos sentidos

27 de abril, 2020
Em Cabeceiras de Basto a evocar o 25 de abril de 1974
Confinados na ação e num espaço temporal inquietante habitado pela pandemia da Covid-19, o Município assinalou simbolicamente o 25 de abril de 1974, com o hastear das Bandeiras e umas breves alocuções alusivas a esta importante data da nossa história coletiva. O 25 de Abril de 1974, trouxe-nos a liberdade, a igualdade e a fraternidade, pondo termo à guerra, derrubando o fascismo e o colonialismo, e abrindo portas à Liberdade, à Paz, à Democracia, à Justiça e à Solidariedade.
Uma data que mudou o nosso país, restituindo ao povo oprimido a dignidade e a liberdade de pensar e de agir, garantindo serviços e direitos de que todos nos devemos orgulhar e nunca esquecer.

Uma data que criou, entre outros, o poder local democrático de proximidade de que honrosamente somos parte e o serviço nacional de saúde. Uma data que trouxe a mudança e muitas conquistas impulsionadoras do desenvolvimento e que marcam o povo que somos.

Não podemos por isso, ignorar o legado de Abril, mesmo neste período particularmente atípico e difícil, onde o contacto social é restringido, onde nem sequer podemos despedir-nos dos nossos ente queridos, a cujos familiares deixo uma sentida palavra de solidariedade, assim como aos que estão na linha da frente e a tantos e tantos que passam por muitas privações e grande sofrimento.

Trazemos à memória os valores e os intervenientes do 25 de Abril de 1974, data a que ficaram para sempre ligados os audazes Capitães de Abril, obreiros da democracia, e para sempre credores do nosso reconhecimento público.

A cada ano que passa, celebrar Abril ganha novos sentidos, desperta novas contradições, reacende amores e desamores. Mas é esta agitação, própria da celebração, que dá força à importância deste dia em que ‘nascemos’ há 46 anos.

A cada ano que passa, novas interrogações acompanham o 25 de Abril, despertando vivências e sentimentos que confirmam a sua atualidade.

O 25 de Abril, continua hoje, a acompanhar as preocupações sociais com que nos deparamos e independentemente do local e da forma como é comemorado o que importa é a sua exaltação.

Haverá certamente, doravante, outras formas de assinalar Abril, onde as questões da liberdade, da privacidade e da segurança se coloquem na vivência da nossa sociedade agora com novas formas e modelos de comunicação e de interação.

Mas tudo isto, só vem confirmar a relevância de Abril, uma data eterna, que continua a inquietar mentes e a inflamar corações, como a irreverência que diariamente nos impele - com a mesma vontade e determinação -, a CONTINUAR, a CONSOLIDAR e a REALIZAR ABRIL, na certeza de que, como diria Sophia de Mello Breyner Andressen, por mais escura que seja a noite, haverá sempre a

«... madrugada que eu esperava
O dia inicial inteiro e limpo
Onde emergimos da noite e do silêncio
E livres habitamos a substância do tempo».

Viva o 25 de Abril.
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