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Câmara Municipal recupera quatro altares da Igreja de S. Miguel de Refojos

Obras arrancaram na semana passada

2 de fevereiro, 2015
Presidente da Câmara (Dr. China Pereira) e vice-presidente (Francisco Alves) inteiraram-se das obras hoje de manhã
Cabeceiras de Basto e os Cabeceirenses orgulham-se do seu património que tem no Mosteiro de S. Miguel de Refojos, monumento de extraordinária beleza, a sua expressão maior. A relevância e singularidade do barroco presente no templo religioso deste Mosteiro, o único dos 29 Mosteiros Beneditinos em Portugal, construído de raiz, segundo os cânones da arte barroca, é também o único com um zimbório monumental. Um Mosteiro com origem no séc. VII, que ganhou importância como Mosteiro Beneditino no século XII, estando mesmo ligado à fundação de Portugal.
A dimensão histórica deste Mosteiro que foi gerador de povoamento e de desenvolvimento humano das Terras de Basto em tempos pré-portugueses e portugueses, foi ao longo do tempo, testemunho ativo e vivo dos principais acontecimentos da história de Portugal.

No dia 6 de outubro do ano passado, a Câmara Municipal, ciente do valor transcendental deste Património, entregou na Comissão Nacional da UNESCO, em Lisboa, a proposta de inscrição deste Mosteiro de S. Miguel de Refojos, na Lista Indicativa do Património da UNESCO, confirmada, no passado dia 30 de janeiro, através da submissão desta candidatura na plataforma da UNESCO.

Ver reconhecido o Mosteiro de S. Miguel de Refojos como Património da Humanidade será a garantia de que seremos capazes de o transmitir às gerações vindouras nas mesmas ou ainda melhores condições em que se encontra atualmente. Nesse sentido será elaborado um plano de salvaguarda.

Entretanto, a Câmara Municipal, com a colaboração da Paróquia e da Direção Regional da Cultura do Norte, tem efetuado ao longo dos últimos anos importantes intervenções de restauro e conservação, quer do edificado quer do seu espólio. Recordamos aqui por exemplo a recuperação de telas, espelhos, órgão de tubos, telhados, a instalação de um núcleo museológico de arte sacra na antiga sacristia e antessacristia, entre muitas outras intervenções.

Recentemente a Câmara Municipal viu aprovada mais uma candidatura ao QREN, através do Programa Operacional do Norte ON.2 - O Novo Norte, com vista à recuperação de quatro retábulos (altares) da nave da Igreja, à realização de um estudo de diagnóstico do estado de conservação do Mosteiro, entre outras ações.

E na semana passada tiveram início os trabalhos destas duas ações. Na Igreja foram já montados os andaimes e protegida a zona de intervenção. Entre os dias 3 e 5 de fevereiro a Igreja estará mesmo inacessível aos crentes e aos visitantes por motivo de desinfestação das madeiras dos altares.

O restauro dos quatro altares, com tratamento da talha, das esculturas, dos vidros e portas, entre outros, estará a cargo das Oficinas Santa Bárbara e prolonga-se até ao próximo mês de junho. Prevê a recuperação dos altares de Santa Ana, Nossa Senhora das Dores, Nossa Senhora da Conceição e Santa Quitéria.

A candidatura designada “Mosteiro de S. Miguel de Refojos: cuidar do passado, perspetivando o futuro”, tem um investimento global de 166 mil euros, que, como se disse já, terá uma comparticipação comunitária, no âmbito do QREN, ON.2.

Relativamente ao estudo de diagnóstico de referir que este prevê o mapeamento das anomalias com ensaios diversos, o levantamento do sistema hidráulico, a monotorização da temperatura e humidade interior, a verificação da estabilidade da Igreja e da cobertura, a realização de sondagens geotécnicas, ensaios de vibração ambiental e elaboração das consequentes recomendações.
 
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