Passeio Literário: «O Barão» de Branquinho da Fonseca
Aposta municipal na cultura, na literatura e no turismo local
28 de agosto, 2014
A Câmara Municipal de Cabeceiras de Basto, através da Biblioteca Municipal Dr. António Teixeira de Carvalho e do CTCMCB - Centro de Teatro da Câmara Municipal de Cabeceiras de Basto, vai dinamizar no próximo sábado, dia 30 de agosto, a partir das 21h30, um Passeio Literário em torno d’O Barão, de Branquinho da Fonseca.
Pelo segundo ano consecutivo, pretende-se criar um itinerário literário, desta feita, em torno das peripécias, pensamentos e sentimentos de algumas das personagens da obra: “O Barão” de Branquinho da Fonseca, convidando as pessoas para um ‘Passeio Literário’ que terá início na Casa Municipal da Cultura e que terminará no pátio do Externato S. Miguel de Refojos.
Um passeio conduzido pelos atores do CTCMCB, cujos principais objetivos consistem, por um lado, em aproximar a comunidade à obra literária, nomeadamente àquela que faz alusão ao património material e imaterial de Cabeceiras de Basto, por outro, munir o concelho de uma nova e diferenciadora oferta na área do turismo cultural.
Recorde-se que “O Barão” (1942) é uma das mais significativas, densas e complexas novelas de Branquinho da Fonseca, consagrado escritor português que privou de perto com outros nomes sonantes da literatura portuguesa, como Miguel Torga, José Régio ou Gaspar Simões.
António José Branquinho da Fonseca (1905-1974), foi um dos fundadores da revista Presença considerada um marco inicial da segunda fase do modernismo português ou "presencista". Por proposta sua foi criado, em 1958, o Serviço de Bibliotecas Itinerantes da Fundação Calouste Gulbenkian.
A sua obra-prima é justamente "O Barão", datado de 1952 e considerada uma das mais notáveis espécimes da novelística portuguesa de todos os tempos.
A narrativa é composta pela viagem de um inspetor escolar a Cabeceiras de Basto, onde irá encontrar, na noite da chegada, a figura de um aristocrata excêntrico e decadente, o "Barão", que pouco a pouco se vai tornando enigmático, exercendo um fascínio cada vez maior sobre o inspetor e adquirindo um estatuto mítico, quer pelo modo como domina o seu território, quer pela magia dessa noite quase irreal em que ambos divagarão.
‘O Barão’ é, efetivamente, o Dr. António Fernandes Basto - um dos sete filhos do célebre e poderoso Barão de Basto - que vivia em Riodouro e que é retratado como uma personagem intrigante e contraditória que simultaneamente perturba, comove e revolta, com as suas qualidades, defeitos, obsessões e sonhos. Esta novela inquietante, cuja base é uma grande metáfora (o encontro de duas criaturas, dois tempos e duas maneiras de ver e estar no mundo), é contada na primeira pessoa.
A ação decorre entre a “hospedaria ao fundo da rua” (outrora Pensão do Fundo, localizada na Praça da República, atualmente Café Cabeceirense) onde o Inspetor encontra e conhece o Barão e um solar, a Casa da Eira, em Riodouro.
Dois pontos, duas referências ligadas ao património local, que serão abordadas ao longo deste Passeio Literário, que resulta da aposta municipal na cultura, na literatura e no turismo local.