Protótipo Rail Bike Adaptor circulou na antiga Linha do Tâmega
Invenção poderá potenciar o espólio existente no Arco de Baúlhe
29 de maio, 2014
O protótipo RBA – Rail Bike Adaptor (quadriciclo), desenvolvido por um grupo de investigadores da Universidade do Minho (UMinho) e da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), circulou esta manhã, dia 28 de maio, no troço da antiga Linha Ferroviária do Tâmega, no Núcleo Ferroviário do Arco de Baúlhe do Museu das Terras de Basto.
Durante a sessão de demonstração do projeto (plataforma adaptável para duas bicicletas), o presidente da Câmara Municipal de Cabeceiras de Basto, Dr. China Pereira, a diretora do Museu das Terras de Basto, Dra. Isabel Fernandes, o Prof. Eduardo Beira do programa MIT-Portugal e líder do projeto FOZTUA, os inventores, entre outros convidados, experimentaram o ‘veículo’ que tem como objetivo possibilitar a utilização de qualquer bicicleta como método de transporte sobre linhas ferroviárias desativadas.
Depois de experimentar o engenho, o presidente da Câmara Municipal disse que esta solução desenvolvida pelos investigadores da UMinho e da FEUP “poderá potenciar o espólio existente no Arco de Baúlhe”, afirmando que se trata de uma invenção “interessante, capaz de atrair cabeceirenses e turistas ao Núcleo Ferroviário, possibilitando-lhes uma experiência diferente que é circular (de bicicleta) na antiga Linha do Tâmega, antigamente utilizada pelas automotoras”.
Para o Prof. Eduardo Beira do programa MIT-Portugal, a antiga Linha Ferroviária no Arco de Baúlhe tem boas condições para os turistas desfrutarem deste troço, assim como dos equipamentos e da paisagem que o circundam.
“Aquilo que a experiência internacional, especialmente a Alemanha, me mostra é que este tipo de veículos simples, a pedais, ao longo de trajetos desativados, acaba por ser a solução mais viável e mais sustentável, reproduzindo nos utilizadores aquele sentimento ferroviário de andar em cima de carris”, com a mais valia do Arco de Baúlhe ter uma “lindíssima estação”, considerou Eduardo Beira.
De acordo com o inventor Carlos Nuno Barbosa, o produto foi desenvolvido no ano letivo 2011/2012 no âmbito de três cadeiras do Programa Doutoral em Líderes para Indústrias Tecnológicas promovido pelo MIT-Portugal, com o intuito de valorizar as linhas férreas abandonadas, preservando o património existente.
“Em oito meses foi desenvolvido um protótipo alfa (primeira versão do produto) e depois dos utilizadores o testarem e darem a sua opinião será realizado um protótipo beta, mais refinado e adaptado às necessidades”, avançou o investigador.
O futuro deste projeto está, assim, intimamente relacionado “com o interesse demonstrado pelos municípios e pelas empresas” que operam nas áreas do turismo e do lazer, perspetivando-se “a execução de novos protótipos, cada vez mais aperfeiçoados”.
O invento RBA, que está já patenteado, pretende ser um projeto transversal e estruturante, sendo que o desenvolvimento deste produto promoverá outras iniciativas capazes de valorizar os recursos endógenos de regiões de interesse, detentoras de linhas férreas abandonadas ou em desuso.