Estratégias Locais de Desenvolvimento reúnem Cabeceirenses
Auscultar as comunidades locais através dos atores mais representativos dos diferentes setores
20 de fevereiro, 2014
Dezenas de pessoas compareceram ontem, dia 19 de fevereiro, no auditório da Casa do Tempo, em Cabeceiras de Basto para dar o seu contributo no âmbito da auscultação pública sobre as Estratégias Locais de Desenvolvimento. Uma iniciativa promovida pela Comunidade Intermunicipal do Ave, integrada na elaboração do Plano Estratégico de Desenvolvimento do Ave, relativa ao próximo ciclo de programação do quadro comunitário de apoio 2014-2020.
Auscultar as comunidades locais através dos atores mais representativos dos diferentes setores de atividade humana, designadamente educação, saúde, cultura, economia e social, foi o principal objetivo desta ação, onde marcaram presença os Presidentes da Câmara e da Assembleia Municipal, Dr. China Pereira e Eng.º Joaquim Barreto, o diretor executivo da CIM do Ave, Dr. Gabriel Pontes, o economista José Marques Silva, entre outros autarcas do município e das freguesias, dirigentes associativos, representantes dos serviços desconcentrados do Estado, convidados e população em geral.
A abertura desta sessão esteve a cargo do edil Cabeceirense, Dr. China Pereira, que após saudar os presentes, fez uma breve caracterização do concelho, apontando os principais aspetos positivos desta terra, assim como as suas fragilidades, potencialidades e ameaças no processo de desenvolvimento iniciado há duas décadas e que se deseja prosseguir em prol do bem-estar e da qualidade de vida da população.
Os equipamentos diferenciadores, o património natural e edificado, a gastronomia, os produtos locais, a cultura, as boas acessibilidades, são fatores de relevante importância que devem ser tidos em conta na elaboração deste documento, frisou o autarca para quem o desemprego e o saldo fisiológico decrescente são preocupações igualmente a registar.
Nesta sessão, coube ao economista Dr. José Marques Silva, fazer a apresentação dos objetivos subjacentes a esta iniciativa intermunicipal que deve pensar para as pessoas e coloca-las no centro da sua ação, mencionando as diretrizes Europeias no contexto nacional, regional e local.
O economista deu a conhecer os acordos já estabelecidos a nível nacional, assim como, os diferentes e principais eixos de investimento a ter em conta no próximo quadro comunitário de apoio, que privilegia, entre outros, a competitividade, a inovação, o empreendedorismo e a qualificação do território tendo em vista a coesão económica e social, assente numa especialização inteligente.
Após a participação do público presente, o diretor executivo da CIM do Ave, Dr. Gabriel Pontes, no uso da palavra, agradeceu a presença de todos, desafiando a comunidade a apresentar propostas integradas e assentes num trabalho em rede, apostando em investimentos de valor acrescentado para a região.
A findar esta sessão, o Presidente da Assembleia Municipal de Cabeceiras de Basto, Eng.º Joaquim Barreto, desafiou os responsáveis pela elaboração deste Plano Estratégico a virem ao terreno para conhecerem o território, as pessoas, a história, os usos, costumes e tradições, bem como o nosso património edificado, os nossos equipamentos diferenciados e as dinâmicas socio- económicas e culturais em curso. Só depois de um conhecimento aprofundado destes fatores é que é possível gizar um projeto de desenvolvimento, que segundo o autarca deve corresponder à realidade combinando vários fatores de importante relevância para os cidadãos que aqui residem e trabalham.
A ‘discriminação positiva’ do território deve ser tida em conta quando se prepararam documentos desta importância, tendo em vista aumentar a coesão socioeconómica das terras do interior de Portugal, que considerou cheias de potencialidades para acolher investimentos, alguns deles inovadores, capazes de criar valor acrescentado para as populações.
Referiu ainda o Presidente da Assembleia Municipal, a título de exemplos que o apoio a dar em fundos comunitários aos investidores nas zonas rurais deve ser superior àquele que é dado a quem investe no litoral e nos grandes centros urbanos.
Mais disse, que o quadro comunitário 2020 deve incrementar políticas que ponham a cultura ao serviço da economia e do turismo. Por último realçou que a agricultura familiar de pequena dimensão deve ser acarinhada e apoiada, ajudando a organizar a sua produção e comercialização, dada a genuinidade e grande qualidade dos seus produtos, criando-se para o efeito ‘Clubes de Produtores’ ou outras estruturas similares.
O autarca salientou também, que a elaboração de um Plano Estratégico deve ter em conta o ponto da situação ‘de onde partimos, onde estamos e para onde queremos ir’, pois só deste modo é possível traçar um plano de desenvolvimento estratégico, sustentável e inteligente para o território capaz de privilegiar a identidade, a cultura, o clima, em suma, o que nos diferencia, criando e valorizando marcas no território para cruzar de uma forma harmoniosa e equilibrada, a riqueza rural com a diversidade populacional das zonas urbanas para atrair e fixar as pessoas.