Conteúdo

Lavoura à moda antiga perpetua tradição em Cabeceiras de Basto

Iniciativa realizada pelo sexto ano consecutivo

3 de maio, 2013
Lavoura à moda antiga perpetua tradição em Cabeceiras de Basto
De alfaias agrícolas em punho, os cabeceirenses – mais velhos e mais novos – voltaram no passado dia 1 de maio, a cumprir a tradicional lavoura na Quinta da Portela, em Refojos, uma iniciativa que assinalou o Dia Mundial do Trabalhador nesta Terra de Basto.

Ao raiar do sol, já se concentravam no Parque do Mosteiro os primeiros ‘lavradores’ com as juntas de gado maronês e barrosão prontas para o cultivo do milho. Trajados a rigor, vieram de todo o concelho, bem animados, para mais uma jornada de trabalho, mas sobretudo de convívio e confraternização entre gerações.

Pelo sexto ano consecutivo, rumaram em cortejo até ao campo para lavrar a terra e semear o milho que será tratado para que em setembro, por altura das Festas de S. Miguel, possa ser desfolhado à moda do Minho.

À semelhança do ano anterior, o grupo do Centro de Teatro da Câmara Municipal de Cabeceiras de Basto também se associou à lavoura, com muito entusiasmo e boa disposição, aprendendo com os mais antigos a manejar as ferramentas de trabalho.

Ao som dos cantares de antigamente, os ‘lavradores’ tomaram o ‘mata-bicho’ logo pela manhã cedo. Depois de desbravada a terra, a meio da manhã foi servido o pequeno-almoço no campo, com pataniscas, tremoços, azeitonas, figos e doces. Seguiu-se a sementeira do milho que será doravante regado e sachado.

No final, estenderam-se as toalhas no campo e serviu-se o tradicional almoço a todos os participantes. As concertinas, que vinham animando a lavoura ao longo de toda a solarenga manhã, continuaram a tocar após o almoço, levando os convivas a um pezinho de dança em pleno campo.

“Nós fazemos a lavoura tradicional com o intuito de reviver as tradições do nosso concelho. Um concelho rural que em tempos vivia essencialmente da agricultura”, disse o presidente da Câmara Municipal, Eng. Joaquim Barreto, explicando que “o 1º de maio era o dia em que se iniciavam as lavouras e que o Município entendeu que devia celebrar o 1º de maio, associando-o ao Dia Mundial do Trabalhador, dando notoriedade àqueles que em tempos passados ajudaram a dar visibilidade a esta terra trabalhando na agricultura”.

E a melhor forma de “prestarmos a nossa homenagem aos nossos antepassados e a todos aqueles que se dedicam, ainda hoje, à atividade agrícola é valorizando o trabalho dessas pessoas que deram nome à nossa terra”, acrescentou o edil, garantindo que é fundamental “preservar a identidade rural”. E finalizou: “com esta lavoura tradicional pretende-se perpetuar a tradição e transmiti-la de geração em geração”.

Organizada pela Câmara Municipal de Cabeceiras de Basto, Emunibasto, Basto Vida e projeto Mais Vida, esta festa da lavoura, rica em usos e costumes, teve como principal objetivo reviver e recriar os trabalhos agrícolas de outrora, dando a conhecer aos mais novos a atividade rural e promover o intercâmbio intergeracional.

À lavoura não faltaram os presidentes da Câmara e da Assembleia Municipal, Eng. Joaquim Barreto e Dr. China Pereira, os vereadores Dr. Domingos Machado e Francisco Pereira, os presidentes das Juntas de Freguesia, entre outros autarcas e público em geral.


Scroll