Município homenageia professores
Deliberações da última reunião do executivo municipal
16 de abril, 2013
Ainda na sequência das principais deliberações tomadas na última reunião de Câmara realizada no dia 11 de abril, o executivo municipal decidiu, por unanimidade, homenagear a título póstumo os cidadãos: Júlio Augusto Henriques, Artur de Sousa Barroso, António Bernardino Barroso de Queirós, Bernardino Barroso Queirós e Manuel José do Carmo Carneiro.
Cinco professores cabeceirenses a quem a Câmara Municipal decidiu atribuir o seu nome a cinco espaços educativos/culturais concelhios.
Prof. Doutor Júlio Henriques, com a atribuição do seu nome à Biblioteca da Escola Básica do Arco de Baúlhe
Júlio Augusto Henriques, nascido em 17 de Janeiro de 1838, na freguesia do Arco de Baúlhe, de Cabeceiras de Basto, foi para Coimbra aos 16 anos, onde estudou e se especializou em Direito Administrativo. A sua formação académica ficou consolidada com o grau de Doutor em Filosofia. Em 1869 passa a fazer parte do corpo docente da Faculdade de Filosofia da Universidade de Coimbra, tendo lecionado pela primeira vez, em 1872, a cadeira de Botânica, ramo da Biologia que lhe viria a marcar a carreira científica.
Júlio Henriques pôs em marcha um conjunto de reformas, baseadas em modelos de Instituições Botânicas de referência na Europa e transformou o Instituto Botânico da Universidade de Coimbra numa das mais proeminentes Instituições do género. A sua paixão pela Botânica era patente no entusiasmo com que lecionava. Implementou a prática e o trabalho laboratorial (equipando laboratórios) e de campo, considerados por si como vertentes fundamentais ao ensino.
Fundou o Museu Botânico. Organizou uma Biblioteca Botânica. Reorganizou o Jardim dando-lhe uma orientação para o ensino e para a investigação. Montou laboratórios. Criou condições necessárias para o ensino de qualidade.
Da sua atividade resultaram vários trabalhos científicos de peso entre os quais se conta o estudo monográfico de vários grupos da flora portuguesa. Identificou, classificou e descreveu muitos dos exemplares botânicos que foram coletados por si e por toda a comunidade botânica que disseminou pelo mundo.
Júlio Henriques foi sócio de diversas Instituições científicas portuguesas e estrangeiras, tendo ainda sido oficial da Academia de França, acreditando que estas Instituições tinham uma grande importância enquanto aglutinadoras de esforços e reconhecimento de trabalhos científicos.
Em 1907, na Suécia, foi distinguido com o título de Doutor Honorário, recebendo diploma, anel de ouro e coroa de louros.
Durante quarenta anos foi o 14º Diretor do Jardim Botânico da Universidade de Coimbra, tendo-se jubilado em 1918. Aposentou-se como professor e Diretor do Jardim em 1918. Morreu em 1928, com 90 anos, em Coimbra.
Dedicou a sua vida à ciência e através dela tornou-se uma referência na área da Botânica. Doravante será o patrono da Biblioteca da Escola Básica do Arco de Baúlhe que passa a ser designada de Prof. Doutor Júlio Henriques, com o objetivo de perpetuar na nossa memória coletiva o nome de tão ilustre Cabeceirense.
Professor Artur de Sousa Barroso, com a atribuição da designação do seu nome à Biblioteca do Centro Escolar Profª. Filomena Mesquita
Professor Artur de Sousa Barroso, nascido a 22 de abril de 1929, na freguesia de Refojos de Basto, de Cabeceiras de Basto. Foi professor do 1º ciclo do ensino básico e Delegado Escolar deste concelho.
Concluído o curso do Magistério Primário, em 1958, o Prof. Artur de Sousa Barroso, lecionou durante dezassete anos. Em 1975 assumiu a responsabilidade de dirigir a Delegação Escolar de Cabeceiras de Basto onde se manteve até 1992, data da sua aposentação. Faleceu a 15 de outubro de 1998.
Para além da sua atividade docente e de direção da Delegação Escolar, o Prof. Artur de Sousa Barroso foi autarca. Foi presidente da Junta de Freguesia de Refojos de Basto e mais tarde, entre 1977 e 1989, assumiu o cargo de Vereador da Câmara Municipal.
A sua participação cívica ficou marcada pela sua passagem pela Caixa Agrícola de Cabeceiras de Basto e pela Cabasto - Cooperativa Agrícola de Cabeceiras de Basto, onde foi Diretor.
Foi agraciado pela Câmara Municipal de Cabeceiras de Basto, em 1993, com a Medalha de Prata de Mérito Concelhio.
O Prof. Artur de Sousa Barroso era um homem muito dedicado às causas que abraçava, um homem simples e humilde, de grande caráter, sempre empenhado e disponível para servir, enquanto professor, enquanto autarca e cidadão.
Dr. António Bernardino Barroso de Queirós, com a atribuição da designação do seu nome à Biblioteca da Escola Básica e Secundária de Cabeceiras de Basto
O Dr. António Bernardino Barroso de Queirós, nasceu a 19 de julho de 1925, na freguesia de Refojos de Basto. Em 1947, com 22 anos, de forma praticamente autodidata, completou os estudos que lhe permitiram ingressar no Magistério Primário, em Braga, tendo concluído o curso de professor primário em 1949.
Iniciou a sua carreira profissional em Melgaço onde exerceu igualmente o cargo de Vereador da Câmara Municipal daquela localidade do Alto Minho durante oito anos.
O seu grande desejo de continuar a estudar e de se valorizar levou-o a licenciar-se em Direito em 1972. A par da docência exerceu também a advocacia. Foi, ainda, Juiz de Paz de Cabeceiras de Basto.
Em 1958 fixou-se em Cabeceiras de Basto onde lecionou até à aposentação. Foi professor primário na escola pública, foi professor no Colégio de S. Miguel de Refojos, e foi o principal responsável pela instalação em Cabeceiras de Basto da Escola Preparatória Calouste Gulbenkian, assim designada, inaugurada em 1971, na Casa do Barão, atual Casa Municipal da Cultura. Foi o seu primeiro Diretor e mais tarde o Presidente do Conselho Diretivo desta escola, o antigo ciclo, que viria a transferir-se para o Campo do Seco.
Para além das funções de professor, o Dr. António Bernardino Barroso de Queirós, foi membro da Assembleia Municipal (1985 - 1989). Assumiu também cargos de dirigente no Grémio da Lavoura e na Caixa de Crédito Agrícola de Cabeceiras de Basto. Reformou-se em 1992 e faleceu a 18 de abril de 2005.
Professor Bernardino Barroso Queirós, com a atribuição da designação do seu nome à Biblioteca do Centro Escolar Padre Dr. Joaquim Santos
O Professor Bernardino Barroso Queirós, nascido a 12 de dezembro de 1929, na freguesia de Refojos de Basto, foi professor do 1º ciclo do ensino básico e do ensino preparatório (2º ciclo).
Simultaneamente à sua atividade de docente, o Prof. Bernardino Barroso Queirós desenvolveu atividade pública e política tendo sido autarca. Foi membro da Assembleia Municipal entre 1979 e 1985.
A sua participação cívica na sociedade civil foi também muito intensa. Com efeito, o Prof. Bernardino Barroso Queirós foi durante vários anos o responsável pela Confraria de Santo Amaro, de Chacim. Foi dirigente do Conselho Diretivo de Baldios de Refojos, presidente da Assembleia Geral dos Bombeiros Cabeceirenses, presidente da Assembleia Geral da Santa Casa da Misericórdia de Cabeceiras de Basto, dirigente da Caixa de Crédito Agrícola de Cabeceiras de Basto e da Cabasto - Cooperativa Agrícola de Cabeceiras de Basto tendo também integrado o Conselho Executivo da Escola Preparatória de Cabeceiras de Basto. Faleceu a 3 de janeiro de 2005.
Professor Manuel José do Carmo Carneiro, com a atribuição da designação do seu nome à Biblioteca da Casa Municipal da Cultura
O Professor Manuel José do Carmo Carneiro, nascido a 12 de janeiro de 1946, na freguesia de Refojos de Basto, foi professor do ensino básico do 1º ciclo e do 2º ciclo (telescola). Desenvolveu simultaneamente atividade pública e política tendo sido autarca. Foi Vereador da Câmara Municipal de Cabeceiras de Basto durante o período da Comissão Administrativa, logo após o 25 de abril, entre 1974 e 1976, e membro da Assembleia Municipal entre 1994 e 2005. Foi igualmente e durante muitos anos colaborador da Câmara Municipal. Foi membro da Comissão Municipal de Toponímia e Coordenador da USCAB - Universidade Sénior de Cabeceiras de Basto.
O Professor Manuel José do Carmo Carneiro, para além de professor e autarca, foi sempre um homem ligado à educação, às letras e à cultura. O gosto pela comunicação e imprensa levou-o a fundar, com um grupo de amigos, o jornal Ecos de Basto, tendo sido seu colaborador e ocupado o cargo de chefe de redação. Também o gosto pela música, pela tradição e cultura popular impulsionaram-no para o seu envolvimento na organização das festas de S. Pedro da Raposeira durante vários anos, bem como para a sua participação na Associação “Os Cavaquinhos da Raposeira” de que foi sócio fundador e membro ativo.
De referir que o descerramento da placa com o seu nome à Biblioteca da Casa Municipal da Cultura terá lugar no dia 25 de abril, pelas 18h00m, naquele espaço cultural municipal.
As restantes homenagens serão efetuadas em cerimónias a agendar que serão oportunamente divulgadas.