Surpreendente Cortejo Etnográfico atrai milhares às Festas de S. Miguel
Usos e costumes de outrora, produtos e potencialidade locais foram exaltados
26 de setembro, 2011
Um magnífico cortejo etnográfico atraiu hoje, dia 25 de Setembro, a Cabeceiras de Basto, milhares de forasteiros para ver passar ao logo das principais artérias da vila, dezenas de viaturas e centenas de pessoas provindas de praticamente todas as freguesias para mostrar os usos e os costumes mais genuínos desta terra de Basto.
Um cortejo que reflecte o trabalho de uma equipa constituida por cenógrafos e escultores, que nos últimos meses laborou em permanência em Cabeceiras de Basto, reunindo com as Juntas de Freguesia e as Associações locais, envolvendo as diferentes faixas etárias da população e escolhendo temas que no seu entender melhor identificam cada uma das localidades.
Apresentando outros olhares sobre o património concelhio, o cortejo exibiu quadros cénicos representativos das profissões, do património edificado e natural, das actividades agrícolas e outros painéis alusivos ao artesanto, ao folclore e às tradições. O Fabrico do Pão, de Abadim; a Festa de Sta Catarina de Alvite; A Barca, do Arco de Baúlhe; A produção de cebolas, de Basto; A lã, de Bucos; A Capela da Taipa e a lenda da D. Comba, de Cabeceiras de Basto; As vindimas, de Cavez; A Medicina Popular, da Faia; O mel, de Gondiães; A ida à lenha ao monte com carros tradicionais, de Outeiro; O magusto tradicional, de Painzela; A apanha da azeitona, de Passos; D. Nuno Álvares Pereira e D. Leonor de Alvim, de Pedraça; As aguadeiras, de Refojos; A malhada do Centeiro, em Riodouro; As lavadeiras, em Vilar de Cunhas; evocaram assim, diversas práticas tradicionais.
O cortejo foi igualmente animado com a presença de tocadores de concertinas, cavaquinhos e acordeões, que durante o percurso, encheram de entusiasmo e alegria esta vila cabeceirense.
Usos e costumes de outrora, produtos e potencialidade locais, foram assim, exaltados neste cortejo que anualmente, tem como objectivo promover e divulgar a cultura popular e etnográfica desta terra de Basto.
Centenas de pessoas foram ao longo dos últimos meses mobilizadas para construir e ornamentar os carros alegóricos, bem como participar nos mesmos, dando corpo a um cortejo absolutamente renovador onde a criatividade, a inovação no tratamento dos temas apresentados surpreenderam a multidão que se posicionou ao longo do trajecto.
Este cortejo etnográfico, marcado por uma forte componente cénica, emerge também de um trabalho de transformação cultural que tem sido levado a cabo nos últimos tempos neste concelho, com a criação do Centro de Teatro da Câmara Municipal de Cabeceiras de Basto. Uma iniciativa que tem vindo a agregar diversos agentes e população local em torno de oficinas de teatro, de escultura, de movimento e de expressão, que tem registado o agrado e grande adesão por parte de crianças, jovens, adultos e idosos, onde todos podem participar e dar o seu contributo.
Esta iniciativa foi organizada pela Cãmara Municipal de Cabeceiras de Basto e pela empresa Emunibasto, em parceria com as diversas autarquias e entidades que deram corpo ao Cortejo. Enquanto decorre o cortejo, que tem como ponto de chegada o Parque do Mosteiro, milhares de romeiros, comerciantes e população em geral permanecem na vila para fazer negócios, para adquirir produtos ou simplesmente para se divertir nesta época de colheitas, fazendo jus a esta famosa romaria minhota.
A Feira que também é Festa de S. Miguel continua até ao próximo dia 30 de Setembro com grande animação, dando a esta vila um cenário cosmopolita e de grande beleza.