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Estátua do «Basto»

O Basto

A História

A estátua do “Basto”, na Praça da República, em Refojos, sede do Concelho de Cabeceiras de Basto é um dos monumentos mais curiosos do Concelho. Representa um guerreiro lusitano e é uma das várias estátuas jacentes que apareceram na Galiza e eram colocadas sobre as sepulturas de alguns desses guerreiros heróis e endeusados.

As que existem estão guardadas em museus, à excepção do “Basto” e da estátua de Santa Comba, também na freguesia de Refojos, que se encontram ao ar livre. Estes monumentos datam da época anterior à vinda dos Romanos, presumivelmente do século I a. C.

Talhada em granito, de arte rude e forte compleição física, à semelhança de todas as outras, veste túnica ou sagum, cingida por cinturão de onde pendem embainhados o punhal e a espada. O escudo, pequeno e redondo, é centrado no abdómen.

A estátua do “Basto” não se encontra hoje como foi primitivamente. Foi modificada, primeiro em 1612 e posteriormente em 1892. Acrescentaram-lhe uma cabeça com barretina e fartos bigodes (era uma estátua acéfala como a maior parte das existentes), calçaram-na com meias e botas, pintaram-na e no peito e no escudo gravaram-lhe uma legenda: "PONTE DE S. MIGUEL DE REFOYOS 1612".

Actualmente “O Basto” perdeu muito da sua simbologia primitiva, personificando a “raça” das gentes da região, a sua alma e as suas tradições. É nele que os habitantes de Cabeceiras revêem a sua coragem e a sua honradez. Daí o nascimento de uma lenda que, na actualidade, lhe está indelevelmente ligada e com a qual o povo “explica” o nome da região.
 

A Lenda

O Império Visigodo não resistiu aos ataques dos Mouros comandados por Tarik. Espalhando o terror, estes avançaram “ávidos de glória”, através da Galiza. Os ecos dos seus ataques chegaram ao Mosteiro de S. Miguel de Refojos, mas não mereceram crédito.

Bracara Augusta caiu também nas suas mãos. Então acreditaram e preparam-se para a defesa com uma centúria de servos e homens de armas, comandados por D. Gelmiro, o venerando abade do Mosteiro.

Hermígio Romarigues, parente do fundador do Mosteiro, era o guerreiro-monje que mais se destacava pelo seu porte avantajado de grandes e possantes membros e com o rosto retalhado por mil golpes das escaramuças passadas.

Postado junto à ponte que dava acesso ao Mosteiro, ao aproximar das tropas de Tarik estendeu a mão possante, assegurando:
- Até ali, por S. Miguel, até ali, basto eu!"

E bastou! Três vezes arremeteram os mouros contra as débeis defesas do Mosteiro. Mas por três vezes foram repelidos pela espada de Hermígio Romarigues. A ponte sobre a ribeira ficou atulhada de corpos e os chefes infiéis tiveram de tratar com D. Gelmiro de igual para igual, gorando-se, deste modo, a suposta intenção de arrasarem o Mosteiro e decapitarem os monges.

Posteriormente o monge-guerreiro ter-se-á integrado no reduto cristão situado nas Astúrias, de onde irradiava já a Reconquista a partir de Covadonga, sob o comando de Pelágio.

Hermígio Romarigues “O Basto” foi imortalizado através da estátua que erigiram em sua homenagem, como reconhecimento pelos serviços prestados a El-Rei Pelágio.
 


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