Em plena Praça da República, na sede da vila de Cabeceiras de Basto, que sofreu obras de requalificação em 2005, os visitantes podem encontrar um conjunto de 33 camélias cor-de-rosa, brancas e matizadas que embelezam e dão um colorido especial ao centro da vila e zona envolvente.
A camélia nasce da árvore japoneira, sendo considerada uma flor da aristocracia. É uma flor que desabrocha no frio, dando cor a jardins públicos, como é o caso do concelho de Cabeceiras de Basto.
Fruto de uma crescente preocupação com o ambiente e com a ligação de Cabeceiras de Basto à camélia, a Câmara Municipal tem promovido a plantação de novas japoneiras, substituindo as mais antigas.
Com a reformulação da Praça da República foram plantadas 30 novas plantas, que se vieram juntar às três árvores de camélias já existentes neste espaço.
A camélia é uma flor tradicionalmente associada às casas abastadas, como é o caso dos solares que existem não só em Cabeceiras de Basto, como na região de Basto.
Actualmente, podemos encontrá-las em vários locais públicos adornando-os e ao mesmo tempo mantendo o cultivo desta planta no concelho Cabeceirense. Assistimos assim à passagem da esfera privada para espaços de fruição pública.
Para além da Praça da República - sala de visitas deste concelho – podemos encontrar camélias noutras artérias e espaços centrais desta vila dotando-as de singular beleza.
A história
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Na época dos descobrimentos, os portugueses foram os primeiros ocidentais a contactar e a ter relações comerciais com o Japão (em 1570 pelo porto de Nagasaki), sendo essas relações comerciais exclusivas até 1638, tendo havido a expulsão dos missionários e fechando-se durante dois séculos.
Por essas razões a camélia terá sido trazida do Japão para a Europa nessa época. Só em 1735, o naturalista sueco Carl von Lineu, na sua obra Species Plantarum, a planta foi baptizada com o nome de camélia, em homenagem ao jesuíta Georg Kamel que foi missionário nas Filipinas.
No século XVIII e XIX a camélia e os jardins passaram a ter uma maior importância na Europa, tendo sido os ingleses os que mais contribuíram para a sua divulgação, tendo Portugal seguido a moda. Assim, foram introduzidas muitas variedades de camélias importadas de Itália, Inglaterra e outros países, pelos Van Zeller, Marques Loureiro, os Villar de Allen, Jacinto de Matos e outros que criaram uma grande quantidade de variedades portuguesas e magníficos jardins com camélias.
No século XX continuaram Moreira da Silva, José Gil e Veiga Ferreira em colaboração com os galegos Ordizola, Aran e os ingleses Miss Tait, Rigall e Gibson” (in:
ascameliasdasjaponeiras.com).
Actualmente, as gentes do Norte, em especial as Terras de Basto, têm mantido a chama da camélia acesa. Em qualquer jardim do Norte de Portugal há pelo menos uma camélia.