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Festa da Orelheira e do Fumeiro de 4 a 7 de Março em Cabeceiras de Basto

Programa integra ainda uma componente lúdica e cultural

3 de março, 2011
Apresentação da Festa da Orelheira e do Fumeiro
Abre amanhã, ao público, pelas 16h30m, a 15ª edição da Festa da Orelheira e do Fumeiro de Cabeceiras de Basto. Uma iniciativa organizada pela Câmara Municipal e pela Emunibasto, que conta com a presença de 80 produtores/expositores, sendo a sua maioria provenientes deste concelho, mas também de Montalegre, Boticas e Vieira do Minho, e que desta forma contribuem para potenciar e promover os produtos genuínos da terra, permitindo dar continuidade a uma estratégia de apoio à agricultura tradicional e, simultaneamente, à dinamização sócio-económica e cultural do concelho.

A 15ª edição da Festa da Orelheira e do Fumeiro, que decorre no Pavilhão Desportivo de Cabeceiras de Basto, nos próximos quatro dias, espera comercializar cerca de 15.000kg de fumeiro, atingir um volume de negócios na ordem dos 150.000,00 € e atrair cerca de 60 mil visitantes ao certame.

Assim, no espaço da feira, está também instalada uma tasquinha devidamente equipada para promover a gastronomia local confeccionada à base de orelheira e de fumeiro, acompanhada pela broa, pelos doces e pelos vinhos verdes da região de Basto. Dos 80 participantes, 15 são expositores de artesanato, tais como a lã, as alfaias agrícolas, o linho, entre outros artigos manufacturados, 9 são expositores de produtos como o vinho, o mel, as compotas e os doces regionais a que se associam 4 instituições concelhias ligadas ao desenvolvimento rural e 2 produtores agrícolas.

Trata-se por isso, de uma mostra de produtos de qualidade reveladores dos saberes e dos sabores daqueles que persistem na sua ligação à terra. Este evento com dimensão regional, cujo programa foi ontem apresentado à comunicação social, tem como principais objectivos promover o desenvolvimento local e regional; criar sinergias entre produtores do concelho e novos actores sociais; dinamizar a economia do concelho; criar novas oportunidades laborais e fomentar o desenvolvimento deste território e o bem estar da sua gente, mantendo a identidade rural desta terra, marca que segundo o Presidente da Câmara Municipal, Engº Joaquim Barreto, “queremos aprofundar, valorizar e divulgar”.

Para o autarca, associado à ruralidade, assente num legado patrimonial que urge defender, e promover, está a hospitalidade das gentes desta terra localizada entre o Minho e Trás-os-Montes e por isso, com especificidades únicas.

A organização deste tipo de eventos é o resultado de uma estratégia definida pelo Município Cabeceirense que incide numa acção diversificada e envolvente, que agrega vários agentes locais, tais como Câmara, Emunibasto, associações e agricultores, de modo a criar riqueza, emprego e reforço da economia doméstica.

O incentivo à criação de raças autóctones como é o caso do porco bísaro (tradicional nesta região, criado em espaço livre, entre as serras da Cabreira e do Barroso que garante uma carne macia e saborosa, que por tradição e qualidade é totalmente aproveitada) e à produção artesanal do fumeiro, contribui igualmente para salvaguardar todo este património gastronómico, que associado ao artesanato e à riqueza do mundo rural, pode simultaneamente representar novas e empreendedoras oportunidades laborais sobretudo para uma camada mais jovem da população que paulatinamente tem vindo a aderir a este projecto.

Associando-se à apresentação da 15ª Festa da Orelheira e do Fumeiro, o Governador Civil do Distrito de Braga, Dr. Fernando Moniz, disse tratar-se de um certame de importância regional, cuja dinamização resulta de um importante trabalho que Cabeceiras de Basto vem desenvolvendo. Referiu ainda que “Cabeceiras de Basto tem sido pioneira em desenvolver iniciativas que fixam as gentes à sua terra”. Pioneirismo este, através do qual “Cabeceiras de Basto contraria a tendência negativa de concentração da população no Litoral” num Século XXI que “vai ser o século das comunidades locais e da proximidade”. Um trabalho que vem sendo desenvolvido ao longo dos anos e do qual “os resultados estão a surgir e esta ideia está a estender-se a todo o distrito”, realçou o Governador Civil, que disse ainda que “na valorização dos produtos locais entra o turismo que será um contributo para o progresso da nossa região”.

A apresentação do programa esteve a cargo da vogal do Conselho de Administração da Emunibasto, Drª Fátima Oliveira. Programa este, que integra ainda a componente lúdica e cultural de que se destacam os cantares populares, os cantares ao desafio, o folclore, as tocatas de concertina, acordeão e cavaquinho. O leilão das orelheiras é outra das actividades previstas de grande atractividade, já que recria uma antiga tradição desta terra, outrora usual em várias freguesias do concelho, no Domingo gordo de Carnaval.

O programa propriamente dito, apresenta animação diversificada de que sobressaem, no primeiro dia, uma actuação do Grupo de Bombos da Arborada e do tradicional Jogo do Pau de Bucos, assim como a actuação do grupo de dança promovido pelo ginásio companhia atlética e do Grupo de Cavaquinhos da Raposeira. No Sábado, o destaque vai para a actuação de Grupos de Concertinas, a dinamização de ateliers de máscaras, a realização do IV Concurso do Fumeiro de Basto, organizado pela DRAPN – Delegação do Ave, bem como, para o espectáculo de Teatro de Revista «Cama para três», da Associação D. Nuno Álvares de Fafe.

No Domingo, dia 6 de Março, além do tradicional leilão de orelheiras, está prevista a actuação do Rancho Folclórico de Viana do Castelo e dos cantares ao desafio com os cantadores locais Lopes de Travassô e Carvalho de Cucana.

O encerramento da 15ª edição da Festa da Orelheira e do Fumeiro está agendado para o dia 7 de Março, Segunda-feira, pelas 12h00m.

De referir ainda que todos os produtos a comercializar foram submetidos a um controle de qualidade e higiene e que os preços obdecem a uma regulação.
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