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Personalidades traçaram futuro da região e poder local em Cabeceiras de Basto

Francisco Alves referiu as potencialidades do território, realçando os recursos naturais, o património histórico e cultural, os produtos endógenos e as gentes de Basto

25 de outubro, 2023
Personalidades traçaram futuro das regiões e poder local em Cabeceiras de Basto
Um reputado painel de académicos, historiadores, políticos e empresários debateu, na passada sexta-feira, dia 20 de outubro, o futuro da região e poder Local durante a realização da conferência ‘Regiões e Poder Local’, evento organizado pela Câmara Municipal de Cabeceiras de Basto e pela Associação Círculo de Estudos do Centralismo (ACEC).
A iniciativa contou com a parceria das Câmaras Municipais de Celorico de Basto, Mondim de Basto e Ribeira de Pena.

Luís Valente de Oliveira, Nuno Gonçalo Monteiro, José Ribeiro e Castro, Pedro Vilas Boas Tavares, Cristina Azevedo, Helena Freitas, Arlindo Cunha foram conferencistas nesta iniciativa que teve como moderadores Armando Malheiro da Silva, Teresa Albuquerque, Carla Lousada, José Carlos Seabra Pereira, Leonor Botelho, José Morais Sarmento Moniz e Isabel Freitas.

Os presidentes das Câmaras Municipais de Cabeceiras de Basto e de Celorico de Basto e o vice-presidente da Câmara Municipal de Mondim de Basto, Francisco Alves, José Peixoto Lima e José Carlos Amorim Carvalho participaram, também nesta conferência que se dividiu em duas sessões de trabalho subjugadas às temáticas ‘O legado e lições da experiência histórica’ e ‘O legado e o futuro da organização e gestão do território’ e em três mesas redondas em torno dos temas: ‘Cinzel e escultura histórica das Regiões’, ‘Autodeterminação cívica e arquiteturas regionais’ e ‘Terras de Basto, latências e potências de uma Região’.

A sessão de encerramento contou com a presença de Joaquim Barreto, presidente da Assembleia Municipal e deputado da Assembleia da República, e do presidente da Associação Círculo de Estudos do Centralismo (ACEC), Sebastião Feyo de Azevedo.

Na plateia, para além de arquitetos, consultores, entre outros técnicos da região, destaque para a presença de Miguel Cadilhe, reconhecido economista e político português. Marcaram igualmente presença nesta sessão vereadores, entre outros convidados e público em geral.

Na sua intervenção, o presidente da Câmara Municipal, que na sessão de abertura tinha destacado que “somos um território com grandes potencialidades, mas temos, obviamente também, muitas carências” e deixado também a garantia de que “essas dificuldades que sentimos no dia-a-dia nunca nos impediram de continuar a realizar um bom trabalho direcionado para as nossas gentes, sobretudo para assegurar a melhoria da qualidade de vida da população. Somos gente que não esmorece. É aliás um traço comum que nos caracteriza”, voltou, na sua intervenção ao lado dos autarcas de Basto, a insistir nas principais potencialidades do território, realçando, como pontos fortes, os recursos naturais, com destaque para a floresta e o rio; o património histórico e cultural; os produtos endógenos de qualidade e os produtos qualificados; assim como as gentes de Basto e os seus talentos.

“Que possamos responder aos desafios e agarrar todas as oportunidades para as Terras de Basto”, ambicionou Francisco Alves.

Reconhecendo, o “muito trabalho” que “já está feito mas temos ainda um longo caminho a percorrer para sermos cada vez mais competitivos, inovadores e atrativos”, o edil de Cabeceiras de Basto falou também das dificuldades que os municípios estão a sentir com as transferências de competências do Estado para as autarquias locais e, ainda, do grave problema da desertificação que está a comprometer o futuro dos territórios de baixa densidade.

O presidente da Câmara Municipal de Cabeceiras de Basto apelou, por fim, aos autarcas da região para que se juntem à reivindicação de Cabeceiras de Basto pelos descontos na A7, autoestrada que “injustamente” não foi contemplada com descontos, à semelhança de outras no país, o que considerou um “ato discriminatório”.

Francisco Alves agradeceu publicamente à Comissão Organizadora e ao prestigiado painel de conferencistas e moderadores que aceitaram o convite para participar nesta conferência, desejando que “o debate de temáticas tão atuais e pertinentes possa lançar aqui novas ‘sementes’ para discussão futura”.

Na sua intervenção, o presidente da Câmara Municipal de Celorico de Basto falou de Basto como “um espaço bem demarcado na paisagem”, com “muito elementos identitários”, designadamente o rio Tâmega e a sua densa rede de linhas de água.

“Promover a coesão da Terra de Basto é um desígnio que a todos deve unir: autarquias, associações locais e população em geral”, disse José Peixoto Lima, sublinhando a importância da criação da marca “Basto” – intimamente ligada ao território, mas que também deve estar ligada aos produtos locais, desde os produtos agrícolas ao turismo.

De acordo com o autarca celoricense, o processo de desenvolvimento deste território poderá passar pela aposta em três fileiras/eixos prioritários como são: a fileira da floresta, a fileira do turismo e a fileira dos produtos locais.
“À escala municipal cada um tem de fazer bem o seu trabalho, mas é na escala de Basto que muitas das nossas potencialidades ganham a força para se impor e, dessa forma, a todos beneficia”, assegurou Peixoto Lima.

O vice-presidente da Câmara Municipal de Mondim de Basto, José Carlos Amorim Carvalho, que participou nesta conferência em representação do presidente da edilidade, começou também por traçar o perfil das Terras de Basto, apontando como “grandes desafios” a “demografia, o severo envelhecimento da população, o aumento da capacidade de atração de população e a promoção da melhoria das acessibilidades”.

Amorim Carvalho garantiu que “Mondim de Basto está empenhado em reforçar o território como um todo”, um território “promotor do empreendedorismo”.

Na reta final da conferência ‘Regiões e Poder Local’, na sessão de encerramento, o presidente da Assembleia Municipal de Cabeceiras de Basto, Joaquim Barreto, disse que “as Terras de Basto têm uma identidade única, muito própria”, felicitando os autarcas de Basto pela pertinência das apresentações realizadas.

Referindo-se à temática da regionalização, Joaquim Barreto reconheceu que em termos da organização do território “ficamos muito aquém ainda”. Para Joaquim Barreto “proximidade implica conhecimento” que, por sua vez, implica “autonomia e responsabilidade” e, nesta lógica, a “eficácia era maior”.

Para o futuro Joaquim Barreto traçou, especialmente, como objetivos “manter e aprofundar a realidade de Basto”, intensificando “as suas potencialidades” e “aproveitar os fundos comunitários e ganhar escala”.

Na sua intervenção, o presidente da ACEC, Sebastião Feyo de Azevedo – que, na sessão de abertura, tinha enaltecido a colaboração da autarquia na organização desta conferência, dando a conhecer a Associação Círculo de Estudos do Centralismo, os seus principais objetivos e as iniciativas que promove – garantiu que os testemunhos dados durante esta conferência “vão dar origem a um documento”, tendo em vista a organização de outras conferências do género na região.
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