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Abril cumpriu-se em Cabeceiras de Basto

Depois do Hastear da Bandeira Nacional seguiu-se Sessão Solene

26 de abril, 2023
Abril cumpriu-se em Cabeceiras de Basto
O Município de Cabeceiras de Basto evocou esta manhã os 49 anos do 25 de Abril com uma Sessão Solene da Assembleia Municipal, ‘momento alto’ das Comemorações Municipais do 25 de Abril que iniciaram no passado domingo e que terminam hoje.
Depois da cerimónia do Hastear da Bandeira Nacional com guarda de honra dos Bombeiros Cabeceirenses, o executivo municipal liderado pelo autarca Francisco Alves, o presidente da Assembleia Municipal, assim como representantes dos partidos e movimentos políticos com assento na mesma Assembleia, presidentes de Juntas de Freguesia, entre outras entidades civis e militares do concelho, participaram na Sessão Solene que decorreu na Sala de Sessões da Assembleia Municipal.

Na sua intervenção, o presidente da Câmara Municipal destacou: “passaram 49 anos. E neste espaço de duas gerações, Portugal é hoje uma democracia consolidada, um país mais rico, mais desenvolvido, mais igualitário, muito menos desigual que era em 1974”. 49 anos que ficaram marcados por “avanços muito importantes para a sociedade portuguesa”, desde a instituição do Poder Local democrático à afirmação do país e dos portugueses no mundo, passando pela afirmação social das mulheres e pela afirmação dos direitos das minorias, enumerou Francisco Alves.

“Somos um país respeitado e recorrentemente mencionado lá fora pelos feitos conseguidos, mas também pelo povo que somos”, afirmou o edil, destacando os “acentuados progressos” nos últimos anos, “apesar de uma terrível pandemia e dos efeitos nocivos de uma guerra sem sentido que ameaça a paz no mundo e a ordem internacional”.

E avançou: “nos últimos dois anos a riqueza nacional cresceu 12%; as remunerações e pensões aumentaram; a taxa de pobreza e as desigualdades diminuíram; a população ativa aumentou; o número de cidadãos que vieram para Portugal é superior aos que emigraram; em 2022, mais de meio milhão de cidadãos fez descontos para a segurança social”, explicou Francisco Alves garantindo que “embora enfrentemos permanentemente enormes desafios, fizemos de facto tremendos progressos”.

Também em Cabeceiras de Basto, “os autarcas, os dirigentes associativos, os empresários, os trabalhadores, os cidadãos em geral, ao longo destas cinco décadas, fizeram a sua parte, contribuindo para a construção de um concelho, de uma região e de um país mais moderno, mais solidário, mais inclusivo”, realçou o edil, referindo que “num tempo em que tantos portugueses parecem estar cansados da democracia e da liberdade é preciso assumir, com a mesma vontade e energia de outros tempos, a defesa da democracia contra a mentira e o ódio, a violência e o ambiente político mediático destrutivo que ameaça todos os dias a nossa liberdade, mas também as próprias instituições”.

Apesar dos “bloqueios que sempre existirão, devemos continuar a trabalhar na construção uma sociedade mais desenvolvida, justa e igualitária”, sublinhou o presidente da Câmara Municipal, finalizando: “comemorar Abril é fazer um exercício permanente de memória – memória do caminho que trilharam para aqui chegar”.

Nas suas palavras, o presidente da Assembleia Municipal começou por evidenciar que hoje “é um dia de alegria, mas também de reflexão”. Neste dia, “celebramos o reencontro de Portugal consigo mesmo, após décadas vividas em ditadura e opressão”, declarou Joaquim Barreto, acrescentando que “comemorar é recordar. Recordar é trazer à memória. E quando não se reconhece a história, perde-se a identidade”, disse, fazendo referência às conquistas e aos principais protagonistas da Revolução de 1974, momento histórico que trouxe a liberdade e a democracia aos portugueses.

Considerando que “governar é atualmente, um exercício difícil” que exige dos governantes “o que não está ao seu alcance”, Joaquim Barreto assegurou que “a esperança é possível, mas é preciso fazer por ela”.

Quase meio século depois da ‘Revolução dos Cravos’, o presidente da Assembleia Municipal afirmou que “o balanço é positivo. Hoje somos um país livre e democrático, que cresce e se desenvolve. Um país europeu, um moderno Estado de Direito”.

Declarando que “a cada um a sua escolha”, Joaquim Barreto reafirmou “as suas preocupações”.

“É importante intensificar o diálogo sério e responsável, sobretudo junto dos mais novos, para que tenham um olhar abrangente sobre um passado recente, mas também para melhor afrontar os atavismos da sociedade”, referiu, assegurando que “temos de estar atentos às mudanças pois são muito rápidas”.

E continuou: “nós somos as escolhas. Nós somos os eleitos. Temos o dever de questionar todos os dias, as necessidades dos eleitores e dar respostas, com proximidade, com eficácia, com inclusão, com participação, defendendo sempre uma gestão democrática representativa, mas também participativa e inclusiva”.

De acordo com as palavras do presidente da Assembleia Municipal “as ideias e os princípios são essenciais na atividade autárquica”. E concluiu: “estou certo que aquilo que por vezes é difícil de compreender no presente é o que de mais acertado e sensato se deixa para a geração seguinte”.

Em representação da Bancada Municipal do PS, Domingos Machado lembrou que “passaram quase 50 anos marcados a nível social e político por profundas mutações” e “não se imagina, agora, uma sociedade em que a liberdade de expressão era uma miragem e uma utopia”. Reconhecendo “o muito que foi alcançado” nesse período, Domingos Machado salientou que em Cabeceiras de Basto está também “o reflexo da intervenção e das modificações introduzidas pelo poder local democrático na educação, na ação social, na área da saúde, na defesa patrimonial da nossa identidade material e imaterial”.

Decorridos quase 50 anos da Revolução, “abrem-se espaços para novas e incómodas questões, nomeadamente sobre a vitalidade da democracia portuguesa num contexto muito diferente da sua fonte original”, afiançou Domingos Machado, desafiando “cada um a fazer o que está ao seu alcance para manter viva a chama da liberdade e da democracia para uma sociedade mais inclusiva, humanamente e ambientalmente responsável”.

Em representação da Bancada Municipal PPD/PSD-CDS-PP, Manuel Sá Nogueira falou aos presentes da importância de “este ano lembrar aos mais jovens que não viveram os tempos de opressão, isolamento e pobreza, que a liberdade se constrói a cada ato cívico que vivemos e não pode ser dada como adquirida. Estamos aqui hoje para lembrar que temos de a construir todos os dias”, observou.

Sem esquecer os novos desafios, como o “ambiente e a sua defesa, o desenvolvimento sustentável, os desafios da modernidade tecnológica, os desafios da igualdade de género e o respeito pela diferença”, Sá Nogueira abordou “um desafio que será decisivo para a construção do futuro”, referindo-se “à preocupante perda de rendimentos dos mais jovens, sobretudo dos mais qualificados profissionalmente, que não conseguem auferir salários mais elevados, o que os leva a emigrar, deixando-nos mais pobres”. E asseverou: “Abril só pode ser vivido pelas gerações mais novas se o desenvolvimento económico permitir uma vida melhor, mais justa e sustentada”.

Em representação do Grupo Municipal IPC, Marco Gomes iniciou a sua intervenção apelando a que “façamos localmente o que queremos para o mundo”, apresentando eixos prioritários da ação governativa. “Mais do que nunca, é preciso estabelecer as prioridades do presente em função do futuro”, disse Marco Gomes referindo como prioridades: “a criação de emprego de qualidade e aposta na digitalização da economia local; o reforço da educação superior e profissional, da saúde e do apoio social; as respostas às alterações climáticas, apostando no uso das energias renováveis, na mobilidade verde e na economia circular”; e ainda “a promoção de uma governação do território planeada, promovendo a participação de todos na vida política”.

Afirmando que “há sempre algo (mais) a fazer e a dizer”, Marco Gomes considerou que “temos o dever moral de lutar por uma sociedade pensada e organizada em torno da cultura, do conhecimento e das liberdades individuais”.

No final da cerimónia evocativa, o presidente da Assembleia Municipal, Joaquim Barreto, ofereceu ao presidente da Câmara Municipal e aos representantes dos partidos e movimentos políticos da Assembleia Municipal o livro ’25 de Abril’, uma publicação da Assembleia da República que dá a conhecer a história – os momentos e as personagens mais marcantes – da ‘Revolução dos Cravos’ de abril de 1974.
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