Ao presidente da Câmara Municipal de Cabeceiras de Basto, Francisco Alves, e vereadores juntaram-se presidentes de Juntas de Freguesia, representantes dos órgãos gestores de baldios, oficiais de segurança local, sapadores florestais, corpo de bombeiros voluntários, organizações de produtores florestais e população em geral.

Nesta palestra dedicada aos incêndios rurais participaram Vítor Carvalho, presidente da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários Cabeceirenses; Rui Costa, Comandante Sub-Regional de Emergência e Proteção Civil do Ave – ANEPC; Miguel Gonçalves, Diretor Regional Adjunto da Gestão Fogos Rurais – ICNF; e Jorge Guiomar do Grupo de Trabalho para a Redução de Ignições em Espaço Rural da Zona Norte.

O impacto dramático dos grandes incêndios rurais nas vidas dos portugueses, com perda de vidas, bens e milhares de hectares de floresta, determinou a vontade de mudança do paradigma nacional em matéria de prevenção e combate aos fogos rurais. Consciente dessa realidade, a Câmara Municipal de Cabeceiras de Basto apoia financeiramente o funcionamento de duas Equipas de Intervenção Permanente (EIP), constituídas nos termos dos protocolos celebrados entre o Município, a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil e a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários Cabeceirenses, com vista ao reforço da capacidade de combate aos incêndios rurais no território concelhio.

No mesmo sentido, a Câmara Municipal vai também continuar a transferir para a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários Cabeceirenses um apoio financeiro para custear despesas de funcionamento e de aquisição de equipamentos para as EIP, no âmbito de um protocolo celebrado com a Iberdrola, empresa construtora da Barragem de Daivões.

O espaço florestal de Cabeceiras de Basto assume importantes funções económicas, ambientais e sociais, constituindo um elevado potencial de desenvolvimento.

Agir com base na prevenção, recuperação e preservação dos espaços florestais tem sido um dos principais objetos de atuação da Câmara Municipal de Cabeceiras de Basto.

Através do protocolo celebrado entre a Câmara Municipal e a Iberdrola, tem-se procedido à valorização dos espaços florestais consumidos pelos fogos rurais. De realçar a importância da colaboração entre as diversas entidades, designadamente do ICNF, Juntas de Freguesia, Conselhos Diretivos de Baldios e as comunidades locais. A título exemplificativo até à data foram intervencionados 185 hectares, com a instalação de povoamentos de sobreiros, castanheiros, bétulas, medronheiros, entre outras folhosas, perfazendo um total aproximado de 70.000 árvores autóctones plantadas.

O trabalho de planeamento, acompanhamento e gestão do território florestal do concelho é fundamental para a prevenção e defesa da floresta contra incêndios. Em 2022 verificou-se a redução do número de ocorrências em 16% e uma redução da área ardida em 39% relativamente à média dos últimos 10 anos. No campo de prevenção estrutural verificou-se a gestão de combustíveis florestais em 658 hectares, a beneficiação de 48 km de rede viária florestal e de 15 pontos de água. Estes dados realçam o empenho e a articulação demonstrada por todas as entidades participantes nas áreas da prevenção, vigilância e combate aos incêndios florestais durante o ano anterior.

Recentemente a Comissão Municipal de Gestão Integrada de Fogos Rurais de Cabeceiras de Basto aprovou vários documentos indispensáveis e orientadores para definir a estratégia de atuação futura.

O Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios para 2021-2030, enquanto instrumento de planeamento, define a estratégia municipal da Defesa Contra Incêndios Rurais, identificando os objetivos a alcançar, as ações a realizar, as competências e os meios necessários à concretização da estratégia preconizada para um período de dez anos, que será reduzir o risco de incêndio e diminuir o número de ocorrências e áreas percorridas pelos incêndios. Neste decénio está previsto gerir 1.500 hectares de combustíveis florestais, beneficiar 116 km de rede viária florestal e 32 pontos de água, bem como proceder à reabilitação de povoamentos em cerca de 638 hectares.

O Plano de Fogo Controlado para 2021-2025 incide sobre a Defesa Contra Incêndios Rurais, através da gestão e diminuição da sua carga combustível em locais estratégicos e na lógica de renovação de pastagens para suporte da prática de silvo pastorícia que tem grande peso na economia local. Durante cinco anos pretende-se intervir em cerca de 704 hectares.

A Câmara Municipal de Cabeceiras de Basto está empenhada em contribuir para a boa execução destes planos, dialogando e articulando com todas as entidades envolvidas no sentido de tornar o espaço florestal concelhio mais resiliente e sustentável para as gerações vindouras.

A continuidade do trabalho desenvolvido em prol do bem comum constitui-se como peça chave na preservação do nosso maior bem, a floresta, enquanto responsabilidade de todos.