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Cabeceiras de Basto festejou 48 anos do 25 de Abril

Sessão Solene decorreu na Sala de Sessões da Assembleia Municipal

26 de abril, 2022
Cabeceiras de Basto festejou 48 anos do 25 de Abril
Cabeceiras de Basto evocou os 48 anos do 25 de Abril com uma Sessão Solene da Assembleia Municipal, na manhã do dia 25, ‘momento alto’ das Comemorações Municipais do 25 de Abril. Depois da cerimónia do Hastear da Bandeira Nacional com guarda de honra dos Bombeiros Voluntários Cabeceirenses, a Sessão Solene decorreu na Sala de Sessões da Assembleia Municipal.
Participaram o executivo municipal liderado pelo autarca Francisco Alves, o presidente da Assembleia Municipal, assim como representantes dos partidos e movimentos políticos com assento na mesma Assembleia, presidentes de Junta de Freguesia, entre outras entidades civis do concelho.

Na sua intervenção, o presidente da Câmara Municipal, Francisco Alves, começou por evidenciar que passam hoje “48 anos do dia que marcou definitivamente a vida de todos nós”, lembrando e agradecendo “aos capitães de abril e restantes militares que com coragem e determinação levaram a cabo a campanha de libertação de um povo que vivia na pobreza, em guerra e isolado do mundo”. E continuou: “O 25 de abril foi um momento de libertação que permitiu instituir a democracia, acabar com a guerra colonial e trilhar caminhos de desenvolvimento nas mais diversas áreas da vida humana”.

Afirmando que “não há sociedades perfeitas”, Francisco Alves disse ser fundamental que “saibamos cuidar da liberdade e da democracia”.

Referindo-se ao poder local como uma das grandes conquistas do 25 de Abril, o edil Cabeceirense reconheceu “o trabalho de milhares de autarcas de freguesia e do município que ao longo destas quase cinco décadas trabalharam para o bem comum”.

Aludindo à pandemia Covid-19 que afetou “tão negativamente” a saúde e a economia a nível local, nacional e mundial, Francisco Alves disse: “continuamos hoje atentos à situação, prolongando as medidas que se adequem às necessidades de combate à doença bem como medidas de apoio financeiro às famílias e empresas”.

O presidente da Câmara Municipal falou, também, da guerra na Ucrânia, das “repercussões graves naquele país, mas também na Europa e no mundo”. E sublinhou: “julgávamos estar assegurada a paz para todo o sempre e eis que uma invasão de um país soberano por outro país pôs a nu as debilidades de todos os sistemas, sejam de defesa e promoção da paz, sejam os sistemas económicos e sociais”.

E finalizou: “que esta celebração de abril seja um momento de reflexão coletiva sobre a nossa vida no contexto atual perspetivando um futuro que queremos de paz, democrático, onde todos tenham lugar independentemente dos seus credos, cor, raça, género e ou convicções pessoais”.

O presidente da Assembleia Municipal, Joaquim Barreto, começou por afirmar que o 25 de Abril de 1974 foi “um dos acontecimentos mais positivos da nossa História pátria de quase 900 anos”.

No seu discurso, Joaquim Barreto disse ser “uma data que em Cabeceiras de Basto evocamos anualmente, mesmo em tempos difíceis como nos últimos dois anos marcados pela pandemia Covid 19, e agora pautados por uma guerra na Europa, quase que inacreditável, que nos provoca choque, apreensão e tristeza. Por isso, celebrar o 25 de Abril, a cada ano que passa, ganha novos sentidos, desperta novos sentimentos e tem cada vez mais atualidade e importância”.

E acrescentou: “é preciso resgatar a memória, sobretudo agora, num ano em que, pela primeira vez, temos uma representação anti-democrática na Assembleia da República”. A este propósito, fez “um desafio às escolas, às associações, às organizações e às coletividades, para que sejam cada vez mais participativas no resgate desse espaço de intervenção, de partilha de ideias e na construção de um futuro mais dedicado à cidadania”.

Nas palavras do presidente da Assembleia Municipal, “O 25 de Abril criou a surpresa de ser possível o impossível”.
Lançando o repto a todos para “respeitar quem deu a alma e a vida para que hoje sejamos livres de votar, livres de manifestar as nossas opiniões, livres de não concordar”, Joaquim Barreto terminou a sua intervenção assegurando que “volvidos 48 anos, o 25 de Abril continua a inquietar mentes e a inflamar corações”.

Em representação da Bancada Municipal do PS, Domingos Machado recordou o passado “que convoca à nossa responsabilidade presente”, fazendo uma retrospetiva histórica das transformações que o país atravessou, desde a Revolução dos Cravos de 1974 até ao momento presente. Afirmando que “a humanidade foi capaz do melhor e do pior”, Domingos Machado recordou a crise financeira de 2008, a crise pandémica de 2019 e a guerra na Ucrânia em 2022, com repercussões graves na Europa e no mundo, considerando que “pairam sérias ameaças ao nosso futuro”.
“A democracia faz-se, constrói-se dia a dia, com as suas virtudes e as suas fragilidades”, atestou Domingos Machado.

Em representação da Bancada Municipal PPD/PSD-CDS-PP, Manuel Sá Nogueira exaltou os valores de Abril, assegurando que “os acontecimentos recentes com a invasão da Ucrânia e o desrespeito pelas normas do direito internacional provam quão frágil é a disparidade económica” mundial. Sá Nogueira afirmou que “os resultados dos partidos extremistas são já um sinal que nos deve preocupar” e que “a melhor estratégia para o combater será o aperfeiçoamento das instituições democráticas, das respostas sociais e uma mais rápida e melhor justiça, sobretudo o reforço da educação e da capacitação de todos os cidadãos para poderem fazer escolhas conscientes e sustentadas”.

Em representação do Grupo Municipal IPC, Marco Gomes, evidenciou no seu discurso que com a pandemia e a guerra “as desigualdades territoriais, sociais e de género intensificaram-se”. Na sua intervenção destacou também como principais desafios “o despovoamento acelerado (do meio rural), o envelhecimento da população, as consequências das alterações climáticas, a criação de emprego”, entre outros. “O futuro está no reforço da sociedade, na intensificação da democracia e na valorização do conhecimento”, realçou Marco Gomes.

O Presidente da Junta de Freguesia de Riodouro, Norberto Pires, eleito pelo movimento Mais Riodouro, disse, na sua intervenção, que “mais importante que apregoar Abril é praticar”. Relembrando os factos históricos subjacentes à Revolução dos Cravos, Norberto Pires considerou que a maior lição do 25 de Abril foi o aumento da participação cívica dos cidadãos. Partilhando uma reflexão sobre a “desertificação das aldeias”, Norberto Pires disse ser “altura para pensar o território rural e dar-lhe mais condições para viver”.
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