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Candidatura do Jogo do Pau a Património Cultural Imaterial

O futuro passa pela criação do Centro Interpretativo do Jogo do Pau

12 de julho, 2021
Candidatura do Jogo do Pau a Património Cultural Imaterial de Portugal
Na sequência da aprovação de uma candidatura a fundos comunitários, através do NORTE 2020 – PROVERE, apresentada pela Comunidade Intermunicipal do Ave, que visa destacar a Identidade do Minho, foram vários os projetos apresentados pelos Municípios minhotos, designadamente por Cabeceiras de Basto que, entre outros, avançou para a realização do Estudo Científico do Jogo do Pau, com vista à sua classificação como Património Cultural Imaterial de Portugal.
No passado sábado, dia 10 de julho, decorreu na Casa do Tempo, uma sessão de apresentação pública do referido Estudo Científico, estudo que se encontra em fase de conclusão.

Esta sessão proporcionou uma reflexão sobre a candidatura e destacou a relevância da iniciativa no âmbito do turismo e da valorização do património imaterial, permitindo elencar o conjunto de estudos, investigações, recolha de informação, entrevistas executadas e a desenvolver, apresentação da rede de parceiros e as linhas de força de um futuro plano de salvaguarda.

Na abertura da sessão, o Presidente da Câmara Municipal referiu que se pretende com esta iniciativa, conhecer melhor, promover e divulgar a atividade lúdica do jogo do pau que tanto diz a Cabeceiras de Basto, especialmente às freguesias de Bucos e de Abadim. O edil deixou uma certeza, “depois de concluído o estudo, iremos avançar com a criação de um Centro Interpretativo do Jogo do Pau e fazer dele um novo Núcleo Museológico integrado no Museu das Terras de Basto”.

O Presidente da Assembleia Municipal, no encerramento do evento, referiu que “não se trata de mais um estudo, mas sobretudo, o aprofundar da nossa identidade, daquilo que fomos e daquilo que somos enquanto coletivo, num campo de acontecimentos que é, simultaneamente, produto da nossa própria metamorfose e da artificialidade das intervenções humanas que a todo o momento procuram impor e marcar a nossa vivência”. E a terminar referiu que “a prática defensiva e de proteção que estava na origem da utilização do pau por parte dos homens do mundo rural deu, mais tarde, lugar a uma componente mais lúdica, desportiva e recreativa que importa valorizar e manter viva”.

Coube ao responsável pelo acompanhamento técnico deste projeto, Manuel Oliveira, também presidente da Associação Cultural S. João Baptista de Bucos e jogador do pau, falar sobre o ‘Jogo do Pau como património imaterial, importância para a comunidade de Cabeceiras de Basto’, enquanto que as investigadoras e docentes universitárias, Otília Lage e Lídia Aguiar, responsáveis pela realização do projeto, falaram sobre os objetivos e metodologias do estudo científico e dos passos para a elaboração do mesmo e memória futura, respetivamente.

Na oportunidade, o Dr. João Ribeiro da Silva, representante da Direção Regional da Cultura do Norte, que participou também nesta sessão, salientou o elevado número de candidaturas em análise na Direção Geral do Património Cultural, a morosidade do processo, mas incentivando os promotores a não desistirem de continuar a aprofundar o conhecimento dos valores patrimoniais identitários das comunidades locais.

De salientar que, para a concretização deste projeto, a Câmara Municipal conta com a colaboração da Faculdade de Letras da Universidade do Porto através do CITCEM – Centro de Investigação Transdisciplinar, Cultura, Espaço e Memória, do ISCET – Instituto Superior de Ciências Empresariais e do Turismo, da Direção Regional da Cultura do Norte, das Juntas de Freguesia, das Associações S. João Baptista de Bucos e ARDCA – Associação Recreativa, Desportiva e Cultural de Abadim – as duas associações que têm escola do jogo do pau – e, ainda, do Agrupamento de Escolas de Cabeceiras de Basto, da Escola Bento de Jesus Caraça, e de outras pessoas que têm contribuído com o seu saber e conhecimento para a recolha de testemunhos fundamentais para o projeto.
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