A Rota do Tâmega vai de Amarante até à raia e congrega um conjunto de jardins, quintas de recreio, parques termais e parques florestais ao longo do Tâmega. O arquiteto paisagista Ilídio de Araújo consagrou a designação de ‘Jardins de Basto’.

De acordo com a informação divulgada pela Associação dos Jardins Históricos, “trata-se de um produto turístico inédito em Portugal que junta um total de 29 jardins no Norte e Centro de Portugal, na sua maioria privados, que foi desenhado como resposta à pandemia que afetou as visitas aos jardins”. O grande objetivo é promover a conservação e a valorização do património.

Os packs ‘Garden Experiences’ foram concebidos de forma diversificada, com durações diferentes, em modo flexível, ficando ao critério do visitante adicionar mais tempo ou mais lugares à sua experiência. Os packs incluem visitas guiadas pelos proprietários ou seus representantes, mas se o visitante quiser explorar por si próprio tem, também, sugestões para visitar novos lugares ou revisitá-los num novo contexto.

Do inventário dos Jardins Históricos de Cabeceiras de Basto constam ainda cerca de uma dezena de outros jardins identificados e caracterizados pela Associação Portuguesa dos Jardins Históricos.


Descrição das Casas/Jardins:
(fonte: Associação Portuguesa dos Jardins Históricos)

Cerca do Mosteiro de São Miguel de Refojos de Basto:
O Mosteiro de São Miguel de Refojos de Basto foi fundado nos princípios do século XII e pertenceu à Ordem Beneditina. Com a extinção das ordens religiosas em 1834 passou para mãos de particulares e hoje nele estão instalados a Câmara Municipal de Cabeceiras de Basto e o Externato S. Miguel de Refojos. A imponente igreja foi construída entre 1755 e1763. A sua botica fornecia outros mosteiros beneditinos, incluindo a casa-mãe de Tibães, em Braga. O mosteiro é a verdadeira origem da vila de Cabeceiras e a sua envolvente é rica em vestígios do que foi a sua cerca. A leitura do que foi a cerca deste mosteiro constituída por hortas, pomares, campos de plantas medicinais, campos de cultivo e matas não é fácil, mas são muitos os vestígios o que torna a visita um permanente apelo à imaginação. Em frente ao Mosteiro encontra-se a Praça da República, ajardinada com canteiros de buxo, pontuados por camélias e roseiras, culminando no topo com um cruzeiro barroco, a famosa estátua do guerreiro lusitano ‘O Basto’ e o antigo Tribunal do Couto de Refojos, Casa do Barão de Basto no séc. XIX, que é hoje a Casa Municipal da Cultura. Ao lado e por trás do Mosteiro corre a ribeira de Penoutas, sob uma ramada de glicínia, acompanhado por uma série de edificações de matriz agrícola, hoje musealizadas. A sul encontra-se um espaço ajardinado com vários muros e uma fonte (mãe de água) provavelmente feita segundo o risco de Frei José de Santo António Vilaça no séc. XVIII. (…)

Casa de Lamas:
Quinta em encosta com cerca de 8 hectares, junto à entrada da vila de Cabeceiras de Basto, avistando-se ao longe a Serra da Orada. Um passeio intimista e um contacto com um lugar com raízes muito antigas em Terras de Basto surpreende pela sucessão de espaços com um espaço de turismo rural devidamente integrado. (…)

Casa de Piellas:
A casa de Piellas, próximo de Cabeceiras de Basto, na aldeia de Painzela com origens no século XVI, possui um dos jardins mais autênticos e representativos dos ‘Jardins de Bastos’ na designação de Ilídio de Araújo. O vale do Tâmega é um espaço de transição entre o Minho e Trás-os-Montes. Tem os seus horizontes definidos pelas serras do Barroso, Cabreira, Alvão, Senhora da Orada, Senhora da Graça. (…)

Casa do Casal:
Quinta na meia encosta, com cerca de 6 hectares, em S. Nicolau, Cabeceiras de Basto, sobre o vale aberto da ribeira de Painzela, avistando-se ao longe,o Monte da Senhora da Graça. Um ambiente ao encontro do caráter do Vale do Tâmega, cheio de referências tanto no seu interior como nos diversos planos da ampla vista sobre a paisagem ainda com fortes memórias de uma história antiga da fixação das populações neste destino, outrora bem mais isolado do que hoje. (…)