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Tertúlia «A Música, o Tempo e o Silêncio» e Exposição na Casa do Tempo

Dia 14 de março, 18h00, na Casa do Tempo

11 de março, 2019
Tertúlia «A Música, o Tempo e o Silêncio» e Exposição na Casa do Tempo
No próximo dia 14 de março, a Câmara Municipal promove na Casa do Tempo, em Cabeceiras de Basto, uma tertúlia sobre a História Local integrada no Mosteiro de Emoções, Ciclo o Futuro Visita o Passado.  Com o tema ‘A Música, o Tempo e o Silêncio’ a iniciativa conta com as intervenções de Vitor Matos e Eugénio Amorim.
Eugénio Amorim falará sobre "A Música Sacra em Portugal na primeira metade do século XVIII à luz da obra de João Rodrigues Esteves: leituras e reflexões" e Vitor de Matos sobre ‘O Clarinete na Obra de Joaquim dos Santos".

A anteceder esta tertúlia terá lugar a inauguração da Exposição de Adriana Henriques 'LUZ, COR E SILÊNCIO NO MOSTEIRO'.

Nesta exposição temporária, a artista utiliza o suporte em papel; aplica uma técnica mista (aguarela, pigmento, acrílico, tinta da china e líquido celuloso), resultando numa composição visual que remete para uma pintura em movimento, para uma linguagem abstrata, figurativa, orgânica, onde abundam elementos visuais poéticos, musicais e harmónicos e as cores quentes e frias, tudo coabitando no interior dos espaços misteriosos e sensíveis do Mosteiro, como se a ação se desenrolasse frente ao espetador, longe do olhar comum do observador. O conjunto das imagens de grande força teluriana são valorizadas por perspetivas, linhas e planos para dar sentido, presença, bem como exaltação sensorial ao efémero.

José Carlos Gonçalves Peixoto escreve sobre Adriana: cria paisagens interiores a partir do espaço monacal, construído de raiz segundo os cânones da arte barroca; lugares fantásticos, oníricos, de onde emergem sensações e abordagens conceptuais alusivas ao silêncio, à paz, à contemplação, ao tempo interior. A artista isola conceitos, sujeitando-os às mais diversas enunciações e propõe-nos uma exposição que faz tangência a conceitos semanticamente próximos e interligados. Adriana não fez mais que se adequar ao espírito beneditino, à sigla O.S.B. (Ordo Sancti Benedicti), a mais antiga ordem religiosa de clausura monástica e à «Regula Benedicti» deixada por S. Bento, cujo princípio fundamental é «Ora et Labora», o que significa «Reza e Trabalha».

A artista plástica, Adriana Henriques nos seus trabalhos tem presente o espírito beneditino, conduz-nos pelo seu trabalho à contemplação e a alguns preceitos da regra de S. Bento, que consta de 73 capítulos, à espiritualidade e virtudes beneditinas, através de uma linguagem luminosa e soluções narrativas pictóricas procurando a redenção, o questionamento e planos de extrema contemplação.

A obra da artista apela à gravidade do silêncio, à luz, à paz, à contemplação, ao tempo. Sente-se, no lastro que sobeja da obra de Adriana, o desejo de oferecer uma respiração mística onde oscilam conceitos que contextualizam o título da exposição e entre todas as derivações um denominador comum da experiência e da subjetividade do tempo.


Sobre os oradores

EUGÉNIO AMORIM
concluiu os Cursos Superiores de Piano e Composição no Conservatório de Música do Porto e posteriormente o Bacharelato em Direção de Orquestra e a Licenciatura em Música Sacra na Escola Superior de Música de Würzburg (Alemanha). Maestro do Coro da Sé Catedral do Porto de 1994 a 2010. Para além da atividade musical da Catedral, dirigiu cerca de 200 concertos em Portugal, Inglaterra e Alemanha e promoveu a edição de dois CD’s com música portuguesa.

É doutorado em Musicologia pela Universidade Católica Portuguesa. Investigador no CECH – Centro de Estudos Clássicos e Humanísticos da Universidade de Coimbra. Foi membro da Comissão Instaladora da Escola das Artes da Universidade Católica, onde lecionou desde a sua fundação até 2003, prosseguindo desde então a sua atividade docente no Curso de Composição da Escola Superior de Música e das Artes do Espetáculo do Instituto Politécnico do Porto, onde é atualmente coordenador do mestrado.

VITOR HUGO FERREIRA MATOS é Professor Convidado Equiparado a Auxiliar do Departamento de Música do ILCH da Universidade do Minho. É maestro titular da Orquestra de Guimarães.

É doutorado pela Universidade de Évora em Música Musicologia- Interpretação, tendo ainda estudado nos Conservatórios de Música de Braga e do Porto, nas classes dos professores José Matos e Moreira Jorge, com quem concluiu o curso de clarinete. Em 2001 obteve o diploma de Licenciatura na ESMAE. Desde 2000, estuda regularmente em Itália, com o clarinetista Alessandro Carbonare. Tem realizado diversos recitais em Roma, a convite do Instituto Santo António dos Portugueses, interpretando várias obras em primeira audição, destacando-se o Concerto para Clarinete e Orquestra que o compositor Joaquim dos Santos lhe dedicou. Como instrumentista colaborou com a Orquestra do Norte, Sinfonieta do Porto, Orquestra de Câmara Musicare, Filarmonia das Beiras e Gulbenkian. Apresentou-se a solo e em música de Câmara nos seguintes festivais internacionais de música: Encontros de Primavera-Guimarães, Póvoa de Varzim, Gaia, Cascais, Mateus, Toulouse e Música Viva. Estudou direção de orquestra com o Maestro Cesário Costa.
No campo da direção de orquestra tem dirigido diversas orquestras entre as quais Orquestra do Norte, Orquestra Estúdio, Orquestra de Câmara do Minho, Orquestra Académica da Universidade do Minho, Orquestra do Conservatório e Teatro de Kaiserslautern e, da Rádio Sul da Alemanha, interpretando obras do período barroco ao contemporâneo.

Teve o privilégio de dirigir solistas de prestígio e foi galardoado no âmbito de direcção de orquestra, por diversas vezes, destacando-se os prémios obtidos em Barcelona e em Roma (Prémios “Bachetta d’oro” para melhor maestro, “Bachetta de argento” como melhor interpretação). Em 2007, dirigiu a Orquestra da Escola Sinfónica de Madrid no âmbito dos Cursos de Especialização em Música Contemporânea e Direcção de Orquestra, na Universidade de Alcala de Henares (Madrid) com os maestros Arturo Tamayo e Jesus Lopez Coboz.
A convite da Presidência da República, dirigiu a Orquestra do Norte no concerto do dia 10 de Junho em 2006 (Dia de Portugal). Foi nomeado pela Guimarães Capital da Cultura 2012- Maestro e diretor artístico da Orquestra Sub-21 e Sub-12.


Sobre a artista plástica
 
Adriana Henriques nasceu em Salamonde, no concelho de Vieira do Minho, em 9 de fevereiro de 1978. Concluiu o Curso Superior de Pintura, em 2006, e a Licenciatura em Artes/Desenho, em 2009, ambos frequentados na Escola Superior Artística do Porto (ESAP), extensão de Guimarães. Paralelamente à sua formação académica, participou ainda em vários cursos e encontros ministrados no âmbito das artes.
Promoveu e participou em inúmeras exposições individuais e coletivas, tendo sido curadora de várias exposições de arte contemporânea.
Atualmente, desenvolve projetos pedagógicos em várias instituições culturais como curadora, professora e orienta programas para crianças e jovens no campo das artes visuais.
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