Câmara continua a trabalhar na candidatura do Mosteiro a UNESCO
Cabeceiras de Basto não desiste e espera que esta candidatura tenha o sucesso desejado
14 de junho, 2016
O Executivo Municipal de Cabeceiras de Basto, sob a presidência de Francisco Alves, aprovou, por unanimidade, ontem, dia 14 de junho, na sua reunião camarária, uma deliberação sobre ‘A Candidatura do Nosso Mosteiro a Património Mundial da UNESCO’, na sequência da decisão da Comissão Nacional da UNESCO de “não inscrever o Bem ‘Mosteiro de S. Miguel de Refojos’ na Lista Indicativa de Portugal ao Património Mundial”.
Porque a presente decisão da UNESCO “é apenas um ato, datado no tempo, não existindo qualquer norma nas Orientações Técnicas para aplicação da Convenção do Património Mundial que impeça que se continue a desenvolver o projeto no sentido da sua inclusão em futura Lista do Património Mundial”, a Câmara Municipal deliberou: tomar “boa nota da decisão da Comissão Nacional da UNESCO” e “continuar com o projeto para que numa futura avaliação possa ocupar o lugar que se considera merecer pelos valores materiais e imateriais de caráter excecional que testemunha”; dar “o maior destaque ao II Seminário Internacional ‘Religião, Letras e Armas da Europa Renascentista para Basto’, como elemento relevante do processo de candidatura do Nosso Mosteiro a Património Cultural da Humanidade”; intensificar “as diligências junto da Administração Central do Estado e do Governo para que o Mosteiro seja declarado Monumento Nacional”; realizar brevemente uma reunião da Comissão Científica da Candidatura do Mosteiro de S. Miguel de Refojos, para ouvir os ilustres membros da Comissão e decidir das ações futuras; bem como ultimar o Plano de Citymarketing centrado no Mosteiro, uma vez que a sua história “deve continuar a ser amplamente investigada, divulgada e valorizada tendo em vista a sua defesa e preservação”.
O Executivo Municipal Cabeceirense deliberou, ainda, dar conhecimento desta decisão à Comissão Nacional da UNESCO, à Comissão de Honra, à Comissão Científica, à Assembleia Municipal, às Juntas de Freguesia, às Instituições e Associações que abraçaram esta causa e aos Cabeceirenses em geral.
Das considerações tecidas pela Comissão Nacional da UNESCO sobre a candidatura do Mosteiro de S. Miguel de Refojos, designadamente que o “o Bem não colmata lacuna na Lista Indicativa de Portugal nem na Lista do Património Mundial”, importa salientar que a proposta do “Mosteiro de S. Miguel de Refojos” se destacou pelo “excelente trabalho realizado pelos seus promotores”.
De acordo com as considerações daquela Comissão, “a candidatura encontra-se bem fundamentada”, considerando-se que “os atuais usos são compatíveis com a autenticidade do Bem”. Note-se ainda que o trabalho preliminar de candidatura foi considerado “cuidadoso e rigoroso e também mobilizador da comunidade local e científica”.
Apesar de decisão legítima da UNESCO, ficou, desde já, garantido que Cabeceiras de Basto não vai desistir de continuar este projeto porque o Nosso Mosteiro “fez a nossa terra, que foi pilar da Universidade Coimbra; foi participante ativo de períodos cruciais da história do país; impulsionou a arte da farmacologia monástica e posteriormente do Estado; esteve presente em movimentos de ideias à escala da Europa e do mundo, nomeadamente no período quinhentista, com frei Diogo de Murça, como deverá ser demonstrado no II Seminário Internacional a realizar nos próximos dias 16 e 17 de junho; tem um templo religioso com valores diversos de caráter excecional: o zimbório monumental, caso único nas dezenas de igrejas monacais beneditinas em Portugal; e possui um Tesouro Nacional o “Cálice de Prata Dourada”, obra-prima da ourivesaria românica, que se encontra no Museu Machado de Castro, em Coimbra, testemunho vivo da ligação e relevância deste Mosteiro a D. Afonso Henriques. Também a Igreja do Nosso Mosteiro é o expoente máximo de toda a obra desenvolvida pelo grande artista beneditino Frei José Santo António de Vilaça.
Cabeceiras de Basto não desiste e espera que num futuro próximo esta candidatura à Lista Indicativa do Património da UNESCO, abraçada por todos os Cabeceirenses, pela autarquia e pelas suas instituições e associações, possa ter o sucesso desejado.