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Município de Cabeceiras de Basto evoca 40 anos do 25 de Abril

Sessão solene juntou dezenas de pessoas

28 de abril, 2014
Município de Cabeceiras de Basto evoca 40 anos do 25 de Abril
Realizou-se na manhã do dia 25 de abril, a Sessão Solene da Assembleia Municipal de Cabeceiras de Basto, ‘momento alto’ das comemorações dos 40 anos do 25 de Abril levadas a efeito pelo Município Cabeceirense, numa evocação à Revolução dos Cravos de 1974, que depôs o regime ditatorial e iniciou a implantação de um regime democrático em Portugal.
Uma sessão à qual se associou o executivo municipal liderado pelo autarca Dr. China Pereira, assim como representantes dos partidos e movimento políticos com assento na Assembleia Municipal, presidentes de Junta de Freguesia e Uniões de Freguesias, entre outras entidades civis do concelho.

Depois da cerimónia do Hastear da Bandeira Nacional, com a guarda de honra dos Bombeiros Voluntários Cabeceirenses, teve lugar na Sala de Sessões da Assembleia Municipal, a Sessão Solene evocativa do 25 de Abril, que juntou dezenas de pessoas.

Rememorando a data célebre do 25 de Abril, que restituiu a democracia e a liberdade aos portugueses, o presidente da Assembleia Municipal, Eng. Joaquim Barreto, realçou que este “é o momento para refletir e perguntar se valeu a pena o 25 de Abril”.

Joaquim Barreto considerou que “foram muitos os progressos conseguidos depois do 25 de Abril” e hoje “vale a pena recordar o que mudou em Portugal e em Cabeceiras de Basto desde essa data”. De acordo com o presidente da Assembleia Municipal, “o 25 de Abril permitiu construir a paz, a liberdade, a democracia, o estado social, entre outras conquistas”, resultado “da ação, esforço, empenho, motivação e da força coletiva de querer construir um país e um concelho melhor, mais livre, mais moderno, mais europeu e mais justo”.

Enumerando algumas das conquistas mais importantes, quer no plano nacional, quer no plano concelhio, em áreas como a saúde, a ação social, a educação, as acessibilidades, entre outras, Joaquim Barreto afirmou: “temos sido, ao longo deste tempo, um concelho de autarcas solidários”.

“Tudo fizemos para cumprir Abril”, disse Joaquim Barreto, referindo que “os autarcas do município, todos em conjunto, conseguiram dar um salto qualitativo e quantitativo neste território de que todos gostamos e amamos, que é Cabeceiras de Basto”.

Destacando que “temos hoje de encarar novos desafios, tendo em conta as novas realidades”, Joaquim Barreto desafiou os representantes das populações a combater a desertificação, demonstrando “aos nossos governantes que não podemos continuar a encerrar serviços públicos e que temos que ter os serviços de que todos precisamos de uma forma igualitária”.

Joaquim Barreto apelou ao investimento no emprego, no associativismo, no comércio, na indústria, na agricultura e nos produtos locais, “de modo a obtermos mais riqueza e a fortalecermos a vida dos que aqui vivem”.

Dando os parabéns ao presidente da Câmara pela candidatura do Mosteiro de S. Miguel de Refojos a Património Cultural da Humanidade, Joaquim Barreto finalizou destacando: “Portugal é hoje um país mais livre e mais democrático e vai continuar a valer a pena defender e lutar pelos princípios do 25 de Abril para promover o bem-estar dos portugueses e dos cabeceirenses”.

Depois de saudar todos os presentes, o presidente da Câmara Municipal de Cabeceiras de Basto, Dr. China Pereira, sublinhou que “o 25 de Abril de 1974 abriu portas de esperança para todo o povo. Esperança numa vida melhor”.

Aclamando a coragem dos 200 militares que ficam na história como os capitães de Abril, China Pereira realçou que “a defesa dos valores que estiveram na origem da ação do Movimento das Forças Armadas justifica que continuemos a celebrar com convicção essa data, essa revolução”, que para além dos direitos à educação, à saúde, à habitação, à liberdade, à participação, teve como “mais belo e suculento fruto o poder local democrático. O poder local das Juntas de Freguesia. O poder local dos Municípios”.

China Pereira acentuou, ainda, como “verdadeiramente extraordinária” a transformação feita pelas Juntas e Câmara Municipal em setores como a educação, cultura, solidariedade social, saúde, estradas, equipamentos e espaços públicos, parques industriais, entre outros. “Foi um processo de melhoria da qualidade de vida e bem-estar das populações que só o poder de proximidade conseguiria realizar em tão pouco tempo”, afiançou.

O presidente da Câmara Municipal lamentou os resultados da última crise económica – no que se refere ao empobrecimento do país; aumento do desemprego, da dívida e das desigualdades sociais; cortes injustos nos rendimentos; aumento de impostos; e medidas de encerramento de serviços públicos – declarando que “o 25 de Abril desafia-nos a olhar o futuro com esperança e determinação” e exige que “sejamos capazes de encontrar caminhos de desenvolvimento e de qualidade de vida para os nossos concidadãos”.

E acrescentou: “hoje o principal dever dos Municípios deve ser a preocupação com o desenvolvimento humano, aproveitando os recursos e os produtos naturais existentes em cada território”, devendo as respostas assentar nos valores da solidariedade, na igualdade de oportunidades e na coesão social e económica.
China Pereira confessou dedicar, também, uma grande atenção ao projeto de candidatar o Mosteiro de S. Miguel de Refojos a Património Cultural da Humanidade, provando encarar “este projeto como um desígnio estratégico para o nosso concelho”, cuja candidatura, que deverá estar concluída até ao mês de setembro, tem possibilitado já um aumento significativo de visitantes. “Queremos envolver todo o concelho neste projeto que pode e deve ser de todos”, disse.

A terminar a sua intervenção, China Pereira destacou que “temos razões para comemorar os 40 anos do 25 de Abril”, pois “é nosso dever celebrar a democracia, a liberdade, a solidariedade e reinventar a esperança. A esperança num futuro melhor, com novos desafios, que haveremos de saber concretizar”.

Em representação do Grupo Municipal do PS, Dr. Domingos Machado evidenciou as conquistas do 25 de Abril, fazendo uma retrospetiva histórica do antes e depois da Revolução dos Cravos de 1974.

“A democracia é um facto extremamente raro”, um “esforço constante de busca da perfeição”, “uma necessidade e um imperativo” que tem ainda um longo caminho a percorrer, realçou Domingos Machado, constatando que hoje os desafios que se colocam às populações são “imensos”.

Defendendo o conjunto de direitos – designadamente à saúde e à educação – “que não podem ser negados às populações”, Domingos Machado apelou a todos os presentes para “manter acesa a chama da mudança”.
Reconhecendo que o concelho de “Cabeceiras de Basto mudou graças ao poder local democrático”, Domingos Machado disse que “hoje é o dia em que, mais uma vez e publicamente, reafirmamos o nosso compromisso com a esperança democrática dos povos e com o país que é nosso”.

O líder do Grupo Municipal da Coligação ‘Juntos por Cabeceiras’ (PPD/PSD - CDS-PP), Eng. Duarte Nuno Bastos, defendeu, na sua intervenção, “uma sociedade justa, meritocrática, uma sociedade de abril”, testemunhando: “como é bom viver em liberdade”.

Sustentando que a coligação é uma “oposição responsável” que “coloca o interesse comum na linha da frente” das suas atuações, Duarte Nuno Bastos disse pertencer a uma geração pós 25 de Abril que não sofreu com a ditadura, nem com a ausência de liberdade.

“Somos uma geração preparada, com uma visão própria e com uma atitude nova. Somos uma geração que quer e deve assumir os seus destinos, fazendo a ponte entre a revolução de Abril e o futuro”, referiu, assegurando: “queremos perpetuar os valores de abril, contagiando outros jovens, valorizando os seus méritos e chamando-os à participação”.

Duarte Nuno Bastos terminou, assumindo: “temos o desafio de aprofundar os pensamentos de Abril para conseguir uma resposta concreta, assertiva e certeira aos novos modelos sociais. Um espírito renovado de Abril que conta com todos”.

Em representação do Grupo Municipal ‘Independentes por Cabeceiras – IPC’, Dr. Paulo Pinto começou por identificar os “êxitos notáveis” alcançados pelo 25 de Abril que permitiram a Portugal dar “passos gigantes” em diversos setores de atividade, com destaque para a conquista do poder local democrático.

Descrevendo o cenário atual de crise em que vivemos com o flagelo do desemprego, a emigração, o aumento das desigualdades sociais e o encerramento dos serviços públicos que têm, sobretudo, castigado as populações do interior do país, Paulo Pinto frisou que “demasiados cidadãos foram-se alheando da política. Muitos deixaram de se rever em qualquer dos partidos políticos existentes e optaram por intervir civicamente de forma independente, em nome individual, ou associando-se em grupos e movimentos de cidadãos espontaneamente constituídos, o que pode ser entendido como uma forma de protesto e que pode, também, ser um contributo para a revitalização do regime democrático”.

Atestando que a “herança do 25 de Abril perdurará”, Paulo Pinto disse que “celebrar Abril é identificar e combater, dia-a-dia, todas as formas de injustiça”, cujo desafio que se impõe é “fazer de Portugal um país melhor”.

Depois da Sessão Solene da Assembleia Municipal, seguiu-se, no Parque do Mosteiro, a entrega dos prémios das Provas de Atletismo organizadas pela Associação Dinamizadora dos Interesses de Basto (ADIB) e, à tarde, no Auditório Municipal Ilídio dos Santos, o Concerto ‘Acordes Sonoros da Revolução’ pela Banda Cabeceirense.

À noite, a partir das 21h30, na Casa do Tempo, teve lugar a encenação da peça de teatro ‘Para dizer que não falei das flores’, a cargo do Centro de Teatro da Câmara Municipal de Cabeceiras de Basto.

O programa das Comemorações dos 40 anos do 25 de Abril prossegue com o Concerto de Órgão de Páscoa na Igreja do Mosteiro de S. Miguel de Refojos, e no dia 27 de Abril, pelas 14h30, no Pavilhão Desportivo de Cavez, com o XIV Encontro/Concurso de Cantigas da Liberdade.
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