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Visitas ao património encerram «Memórias do Território»

Iniciativa proporcionou maior conhecimento da região

20 de maio, 2012
Visitas ao património encerram «Memórias do Território»
Diversas visitas ao património de Cabeceiras de Basto encerraram a 19 de Maio de 2012, o segundo Encontro de História Local – Memórias do Território. Trata-se de uma iniciativa que a Câmara Municipal de Cabeceiras de Basto promoveu através do Museu das Terras de Basto/Núcleo Ferroviário do Arco de Baúlhe, que nos dias 18 e 19 de Maio, reuniu dezenas de pessoas interessadas em conhecer um território multifacetado que pode e deve ser olhado de diferentes maneiras.
Se o primeiro dia ficou marcado pela realização de cinco palestras promovidas com o intuito de divulgar o riquíssimo património natural, edificado, material e imaterial da região, protagonizadas pelos oradores Manuela Alcântara (investigadora do CITAR – Centro de Investigação sobre as Ciências e Tecnologias das Artes) que abordou ‘Remontando ao Século XII: Dom Gueda Mendes e o cálice oferecido ao Mosteiro de S. Miguel de Refojos’, Eduardo Pires de Oliveira (Doutor em História da Arte) que falou sobre ‘A arte nas terras de Cabeceiras de Basto nos séculos XVII e XVIII’, Carlos Machado (Engenheiro Mecânico da EMEF) cuja intervenção incidiu em ‘A EMEF na reabilitação e restauro de comboios históricos’, Armando Malheiro (Professor Associado da Faculdade de Letras da Universidade do Porto), que abordou ‘Fontes de Informação e Estudos Locais na Era da Informação: desafios e perspetivas’ e Isabel Maria Fernandes (responsável pelo Museu das Terras de Basto) cuja alocução teve como tema a ‘A Festa das Papas em Gondiães: uma tradição que se perpetua‘, o segundo e último dia deste encontro ficou marcado pelas visitas ao património, em diversos locais de Cabeceiras de Basto.

A visita à Casa da lã, localizada em Bucos, aldeia no sopé da Cabreira, que ao longo dos tempos se tem revelado como um repositório etnográfico de grande importância para a freguesia e para o concelho, permitiu ao grupo de visitantes ficar a conhecer um pouco mais sobre o processo de transformação da lã. Um projeto desenvolvido por um conjunto de mulheres, com o apoio da Câmara Municipal, que semanalmente teimam em manter vivas as tradições, os usos e os costumes de uma terra, apresentando e comercializando peças, cujo fabrico obedece a técnicas artesanais, mas com um novo design e adaptadas à sociedade contemporânea.

Os participantes, acompanhados pelo vereador da Cultura, Dr. Domingos Machado e pela responsável pelo Museu das Terras de Basto, Drª Isabel Fernandes, visitaram ainda a futura ‘Casa’ deste projeto, que em breve será transferido para a antiga escola primária da aldeia, espaço devoluto que foi transformado pela Autarquia Cabeceirense com o intuito de acolher e desenvolver, em melhores condições, este projeto que tem vindo a dar passos significativos rumo à solidificação e ao crescimento.

O programa da parte da manhã, proporcionou aos participantes uma visita à aldeia de Bucos, onde puderam ainda conhecer o fumeiro local, património imaterial que encerra muitos saberes e sabores destas gentes de Basto. A manhã terminou com uma visita ao maior espigueiro do Minho, localizado na aldeia de Carrazedo, nesta freguesia de Bucos e cuja dimensão reflete a importância do cultivo do milho para a população da região.

O programa prosseguiu durante a tarde em Cabeceiras de Basto, com a visita ao Mosteiro de S. Miguel de Refojos, onde sob a orientação de Eduardo Pires de Oliveira foram feitas visitas à Igreja, ao núcleo de arte sacra, ao claustro, ao coro alto, à ouvidoria abacial e ao salão nobre dos paços do concelho, onde o edil Cabeceirense, Eng.º Joaquim Barreto, recebeu o grupo, falou da importância deste tipo de iniciativas que ajudam a conhecer, divulgar e a promover o concelho, felicitando a organização pela iniciativa e os presentes por participarem nestas jornadas culturais em terras de Basto. A jornada terminou com a visita à Casa de Pielas, em Painzela.

Uma importante casa senhorial detentora de uma bela arquitetura e de magníficos jardins ornamentados pelas afamadas camélias de Basto, que sob a visita guiada pelos amáveis proprietários foi dada a conhecer. Em processo de restauro, a Casa de Pielas é um verdadeiro exemplo do património edificado, cuja definição dos espaços testemunham as vivências sociais ao longo dos séculos.

Estas ‘Memórias do Território’ proporcionaram assim, durante dois dias, um maior conhecimento da região, traduzindo-se numa iniciativa do agrado de todos os participantes, oradores e autarcas. Uma iniciativa que o Museu das Terras de Basto pretende repetir no próximo ano, divulgando diversos temas da história local que sob o olhar de especialistas em diferentes campos científicos ajudam Cabeceiras de Basto a constituir paulatinamente, um corpus de investigação sobre o território onde nos encontramos.


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