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José António Costa Ferreira apresentou livro

Iniciativa decorreu na Biblioteca Municipal Dr. António Teixeira de Carvalho

24 de novembro, 2010
Apresentação do livro sobre a Assembleia da República
Dezenas de pessoas deslocaram-se à Biblioteca Municipal Dr. António Teixeira de Carvalho, no Arco de Baúlhe, na passada Segunda-feira, dia 22 de Novembro, para assistir à apresentação do livro ‘Assembleia da República - da Constituinte à actualidade 1975-2010’.

Uma obra de autoria de José António Costa Ferreira, cuja edição resulta de um trabalho académico e pretende simultaneamente, homenagear quer a Assembleia Constituinte, que contribuiu para consolidar o regime democrático, quer Carlos Alberto da Mota Pinto, a quem se deve a designação da casa mãe da Democracia — Assembleia da República.

Uma iniciativa que o Vereador Dr. Domingos Machado, considerou de grande interesse, já que a ‘defesa do livro e da leitura’ é nuclear para a política cultural do Município. Esta apresentação que decorreu neste espaço cultural abriu desta forma, um ciclo de tertúlias onde todos somos ‘convocados’ a participar e a debater de forma responsável o nosso destino colectivo, referiu.

É preciso que sejamos capazes de desmontar a arquitectura que está à nossa volta, questionando-nos sobre a democracia que queremos e que somos, disse o autarca que considerou também que este encontro serviu igualmente de pretexto para mais um espaço de debate aberto a todos.

A apresentação do livro esteve a cargo de Adérito Pires, ex-deputado da Assembleia da República, que começou por felicitar o Município Cabeceirense pela opção de descentralizar a construção de equipamentos municipais em diferentes locais do território, tais como esta Biblioteca Municipal em Arco de Baúlhe, facto que considerou ser um exemplo a seguir, contrariando assim, a tendência centralista de algum poder local.

A propósito da iniciativa, ao ex-deputado coube a apresentação do currículo do autor, historiador de formação, mas que assume também um papel de investigador. Nesta obra, além de render homenagem à Assembleia Constituinte e a Carlos Alberto da Mota Pinto, o autor parte da memória evocativa, permitindo «uma retrospecção do percurso percorrido pela instituição e lança um olhar sobre o presente e o futuro a propósito da tão reclamada, e sempre adiada, reforma do sistema eleitoral que permite a escolha dos nossos Deputados».

Terminou, concluindo que esta é uma obra com selo de garantia, cuja importância foi reconhecida no âmbito das Comemorações do Centenário da República.

O autor, José António Costa Ferreira, enalteceu o modelo organizacional desta ‘tertúlia’ que coloca todos os presentes em ‘pé de igualdade’ e realçou a importância da existência de estruturas políticas humanizadas, onde a proximidade entre eleitos e eleitores seja efectiva.

O historiador referiu ainda que ‘apesar de ter visto reforçado o seu papel político e institucional, nos últimos 35 anos, a realidade revela um distanciamento entre os portugueses e a Assembleia da República, explicado em parte pelo sistema eleitoral praticamente “cristalizado” desde 1976, cujo modelo vigora desde o Estado Novo, designadamente na composição dos círculos eleitorais do continente – os distritos’.

No momento em que está aberto o espaço para uma nova revisão constitucional, surge desta forma, mais uma oportunidade para promover uma maior proximidade e responsabilidade entre eleitos e eleitores, em torno da qual se gerou também, nesta ‘tertúlia’ um interessante debate que se prolongou noite dentro.
 
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