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«Contos da tia Lenita» apresentados em Cabeceiras de Basto

Obra ajuda a conhecer e a divulgar a identidade desta terra de Basto

4 de agosto, 2010
Apresentação do livro «Contos da tia Lenita»
Dezenas de pessoas, entre as quais familiares, amigos, autarcas e população em geral, deslocaram-se no Sábado, dia 31 de Julho, ao Auditório do Centro Hípico de Cabeceiras de Basto, para assistir à apresentação do livro «Contos da Tia Lenita».

Uma publicação infanto-juvenil, de autoria de Maria Helena Alvim com ilustrações de Leonor Alvim Brazão, que deram à estampa uma colectânea de “histórias recolhidas e reunidas (…) de um tempo em que nem a o rádio, nem a televisão existiam”.

Na oportunidade o edil Cabeceirense, Engº Joaquim Barreto, começou por felicitar a autora que, com 87 anos, escreveu este livro de histórias, envolvendo os seus familiares num projecto que aborda também a perspectiva dos bons usos e costumes das famílias tradicionais de Cabeceiras de Basto, procurando desta forma, transmitir para as gerações vindouras todo um património imaterial que uma vez registado negará certamente o esquecimento.

São pequenas e belas histórias que abordam valores e princípios e que se revelam um contributo importante para desvendar a memória colectiva deste povo, dos seu modus vivendi e da ocupação dos seus tempos livres. Trata-se por isso, de uma iniciativa considerada como um testemunho histórico, à semelhança do que vêm fazendo outros autores cabeceirenses que com os seus escritos, ajudam a conhecer e a divulgar a identidade desta terra de Basto.

«Contos da tia Lenita», é uma simples e bela publicação, que o Presidente da Câmara Municipal considerou ser de interesse divulgar junto das crianças e jovens cabeceirenses através da sua disponibilização nas bibliotecas escolares e municipais.

Durante a cerimónia foram ainda tecidas algumas considerações à autora, Maria Helena Alvim, tida como uma pessoa generosa, discreta, que ao longo dos anos foi uma presença permanente na vida de muitos familiares, disponibilizando tempo para os ouvir e para os ensinar e desta forma criando laços afectivos através dos quais conseguiu enaltecer a memória e o gosto de ser português aquém e além fronteiras, nomeadamente no Brasil, terra onde nasceu. Contudo foi em Portugal que recolheu da tradição oral um vasto repertório de narrativas, que vem transmitindo de forma exímia a muitas gerações de sobrinhos. Uma dádiva que agora é traduzida neste livro e que partilha com todos.

Foram, como pode ler-se na nota introdutória desta publicação assinada por Ruy Alvim, histórias “contadas à lareira, nas noites de inverno da região de Basto, em Portugal, por um velho jardineiro que cuidava de todas as velhas casas solarengas do concelho de Celorico de Basto, passando por Fermil, Mondim, Ribeira de Pena e Cabeceiras de Basto. Terras estas, cujos jardins continuam dotados de arbustos e diversas camélias, elemento de destaque entre as antigas plantas nas áreas ajardinadas, que ao longo dos tempos deram lugar a espaços naturais de grande beleza, devidamente tratados por mãos sábias e cheias de sensibilidade que cruzaram harmonia de cores, formas e feitios, esculpindo figuras de animais e outras que agora povoam estes contos, doravante reféns deste belo livro, que assim fixa memórias de Basto e das suas gentes.

«No reino das Mil-Flores», «Desventuras de uma raposa», «As rãs palradoras», «Rosa papoila», são alguns dos 17 contos que ao longo de 76 páginas podem ler-se e que fazem parte da tradição e do património oral português, contadas por um velho jardineiro para Maria Helena Alvim, que por vezes as repassa usando uma linguagem típica do interior de Portugal. “Simples, divertidos, ingênuos, os contos de tia Lenita são puro encantemento para crianças de todos os lugares e idades”.

A terminar esta cerimónia, após ter sido dramatizado um conto pelo Centro de Teatro da Câmara Municipal de Cabeceiras de Basto, o Vereador da Cultura Dr. Domingos Machado, manifestou a sua satisfação pela realização deste tipo de inciativas que servem de mote para momentos sociais e literários agradáveis revelando-se contributos importantes para promover a leitura e o livro na sociedade actual.

Na oportunidade o autarca, realçou a política cultural que o Município vem seguindo, quer no campo das letras, da música, da arte, entre outros, oferecendo à população programas distintos e alternativos que ajudam a conhecer e a valorizar o património e a envolver a população.

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