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Lavoura Tradicional mobilizou cabeceirenses

Iniciativa assinalou igualmente o Dia do Trabalhador

3 de maio, 2011
Lavoura Tradicional
Centenas de pessoas deslocaram-se ontem, dia 30 de Abril, à Quinta Pedagógica, localizada na freguesia do Arco de Baúlhe, para participar na recriação de uma Lavoura Tradicional. Pelo quarto ano consecutivo, oriundos de várias freguesias do concelho e sob um tempo chuvoso, foram muitos, aqueles que trabalharam a terra e muitos os que assistiram a esta lavra à moda antiga, onde várias juntas de gado maronês e barrosão, puxaram arados e grades, desbravando a terra e criando condições para o cultivo do milho.
Uma prática de amanho outrora muito usual nesta terra minhota, mas que o tempo foi substituindo por tractores e alfaias mais modernas, recorrendo por isso, a menos gente e mais mecanismos.

Sendo antes o sector mais abrangente deste concelho, a agricultura foi cedendo lugar aos sectores secundário e terciário, que actualmente ocupam grande parte da população cabeceirense.

Recordações para uns, prática diária para outros e novos conhecimentos para a maioria, assim se traduz esta jornada levada a cabo pela Câmara Municipal e pela Emunibasto e Basto Vida com o apoio de várias Juntas de Freguesia locais.

A Lavoura começou cedo, com a junção das pessoas no Campo do Seco, de onde partiram para a Quinta, onde munidos de alfaias agrícolas diversas, homens e mulheres deram início aos trabalhos que começaram com o espalhar do estrume, seguindo-se o lavrar da terra, a passagem da grade e finalmente a sementeira do milho. Tarefas efectuadas enquanto se entoavam “modas” de outrora cantadas ao longo da manhã. A merenda e o almoço também obedeceram aos costumes de antigamente.

Começou com o “mata-bicho”, ou seja aguardente e broa. A meio da manhã, os “agricultores” degustaram o pequeno-almoço, composto por pataniscas, broa e azeitonas. Uma vez terminados os trabalhos foi servido, em pleno campo, um repasto a todos os participantes. A música também marcou presença, ao som das concertinas e das melodias populares, mas também do Grupo de Cavaquinhos da Raposeira que ali se deslocou para animar a jornada.

O Presidente da Câmara Municipal, Engº Joaquim Barreto, registou com agrado a adesão da população a este tipo de iniciativas, o que siginifica a sua ligação à terra e aos usos e costumes ainda muito enraizados, dando corpo a manifestações espontâneas de alegria, de convívio e de confraternização intergeracional. A Lavoura Tradicional, reuniu dezenas de pessoas, equipadas para trabalhar, conviver e proporcionar aos participantes e ao público assistente, quadros etnográficos e rurais de grande significado e beleza.

Finda a sementeira, o milho será doravante regado, sachado e tratado, para que em Setembro, época de colheitas e aquando das Festas de S. Miguel, seja desfolhado à moda do Minho, numa jornada que registará certamente forte adesão popular.

Esta iniciativa, assinalou igualmente o Dia do Trabalhador, que foi antecipado em virtude de ainda decorrem no concelho, em algumas freguesias festividades Pascais.
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