Trata-se de uma decisão decorrente do processo de inscrição do Mosteiro de S. Miguel de Refojos na Lista do Património Cultural da Humanidade que este concelho tem em curso.

Neste âmbito, a Casa do Tempo, foi o local indicado para acolher este Centro da UNESCO, já que se trata de um equipamento histórico, cultural e turístico, que tem como principais objetivos a defesa, valorização e divulgação do património cultural, natural e imaterial a funcionar desde 2013 sob o lema «Conhecer é Lembrar» e que contribuirá, certamente, para um maior desenvolvimento das pessoas e do território, para uma maior defesa das tradições, usos e costumes, abrindo uma porta de oportunidades para a celebração de novas parcerias, projetos e atividades.

Recorde-se que a Casa do Tempo resulta de uma intervenção feita nas antigas Casas dos Caseiros, uma obra inserida num ambicioso projeto de regeneração urbana levada a cabo nos últimos anos no coração da vila cabeceirense, ligando a centenária Praça da República a zonas urbanas novas, criando espaços verdes, tratando as margens da ribeira de Penoutas e recuperando parte das casas de caseiros da Quinta do Mosteiro.

Este equipamento municipal tem como objetivo principal permitir aos cabeceirenses e a quem visita o concelho obter informação turística e histórica, mas também inteirar-se da dinâmica local registada em diversos setores, assim como, as potencialidades que o concelho encerra, através, designadamente, das novas tecnologias.

Por outro lado, os espaços que a compõem pretendem valorizar e promover as tradições locais, os usos, os costumes, assim como, as gentes desta terra perpetuando a memória dos seus antepassados através da recriação ao vivo de cenas do quotidiano, da vivência e dos trabalhos agrícolas. Este equipamento divulga ainda as potencialidades, os produtos locais, o artesanato, a gastronomia, a riqueza da fauna e da flora, os trilhos pedestres e de BTT, os equipamentos culturais, desportivos e de lazer, ao mesmo tempo que apresenta um vasto programa de circuitos turísticos que permite que escolas, instituições diversas e grupos particulares agendem as suas visitas guiadas ao património cultural e natural do concelho, fomentando em simultâneo atividades pedagógicas com o objetivo de promover uma interatividade e consciencialização dos mais novos relativamente à riqueza cultural e patrimonial de Cabeceiras de Basto.

De referir também nesta proposta de adesão que a Casa do Tempo, desde a sua abertura e num espaço temporal de pouco mais de um ano já recebeu a visita de cerca de 35 mil pessoas.

O executivo considera por isso, que se trata do local ideal para vir a acolher um dos Centros da UNESCO, que tem por base grupos de pessoas de todas as idades e de todos os horizontes que acreditam nos ideais da UNESCO, desejam apoiar a Organização na sua missão, respeitam a Declaração Universal dos Direitos Humanos e rejeitam qualquer discriminação baseada no género, na idade, na raça, na religião ou na classe social.

Ainda que visem a promoção da UNESCO e dos seus programas, cada Centro é livre de atribuir a atenção especial, dar prioridade a um determinado tema motivado pelo conhecimento que tem e que quer desenvolver e partilhar. Da sua atividade faz parte a formação (dos seus membros e público em geral), a informação (divulgação de documentos, produção de boletins informativos e tradução de material informativo) e a ação (conferências, debates, seminários, colóquios, comemorações de efemérides e organização de campos de juventude e exposições).

A Câmara Municipal decidiu assim, aprovar a proposta de adesão à Rede Portuguesa de Centros da UNESCO, avançando com a candidatura à Comissão Nacional da UNESCO através do envio de carta de motivação e de um projeto de atividades. Uma vez aprovada, esta proposta será posteriormente protocolada.