Conteúdo

Aldeias da Cabreira

Na Serra da Cabreira vislumbram-se aldeias que vale a pena descobrir

Aldeias turísticas da Serra da Cabreira

Resultante da parceria estabelecida entre os Municípios de Vieira do Minho e Cabeceiras de Basto, surgiu o Guia das Aldeias da Serra da Cabreira, projecto integrando no CIASC – Centro de Interpretação e Animação da Serra da Cabreira.

Trata-se de uma publicação que pretende despertar a curiosidade do visitante e desafiá-lo para uma visita às aldeias da Serra da Cabreira, contactando desta forma com a realidade serrana, com “os seus tesouros e sobretudo com as suas gentes”.

Vinte e três aldeias acolhem as gentes que aqui vivem há gerações, que aqui trabalham e enfrentam as agruras da Serra da Cabreira.
 
Bucos (Cabeceiras de Basto)
Aldeia antiga, mencionada em 1258 na “inquisitio eclesie sancti Salvatoris de Cabezeriis”, levanta a hipóteses de se tratar de uma “villa” agrária anterior à Nacionalidade. Famosa pelo seu artesanato em lã, com destaque para as mantas tecidas no pisão, as colchas, as meias e o capucho de burel, Bucos é também famosa pela prática do jogo do pau, local onde existe uma escola que tenta manter viva esta antiga e peculiar arte de defesa pessoal. Bucos é ainda referência pelo património edificado, pela caça, pelos percursos de BTT e pelas actividades agrícolas e pecuárias que desenvolve. Ali se está a desenvovler u projecto de valorização da lã, em breve disponível ao público na Casa da Lã.
 
Vila Boa (Cabeceiras de Basto)
Pequena aldeia que ainda conserva um núcleo concentrado de habitações tradicionais. A Casa da Travessa , moinhos, latadas a enfeitar e a dar graça aos seus caminhos, aliados ao artesanato em lã e em linho, são motivos de atracção a esta aldeia. Além do património edificado, das caça, da pesca, do BTT e dos trilhos pedestres, esta localidade eminentemente agrícola, tem ainda um carpinteiro que se dedica à centenária arte de construir carros de bois e pipas.
 
Cambezes (Cabeceiras de Basto)
Pequena aldeia marcada pela existência de vestígios arqueológicos que aqui se encontram. Mamoas e antigas cividades fazem parte desta terra fértil em achados, cujo manancial de relíquias anda lado a lado com lendas sobre grutas encantadas e tesouros escondidos. Um sentimento comunitário bem vincado incutido nas gentes desta aldeia, permitem ainda hoje, a entre ajuda das tarefas e no apascento das suas rezes em vezeira. Além do património existente, das ruínas, do artesanato, a caça, a pesca e os percursos de BTT constituem as principais actividades desta aldeia da Cabreira.
 
Formigueiro (Cabeceiras de Basto)
Pequena aldeia que apresenta algumas casas que denotam cuidado especial na sua construção. Referimo-nos à Casa da Martins. Com as portas e janelas em arco, tem no seu interior um curioso sistema de circulação de água com condutas e pias esculpidas na parede. Mas esta pequena terra preserva ainda costumes de outrora, altura em que se teciam as mantas, colchas, toalhas, cobertores, feitos em lã, linho e farrapos que vendiam nas Feiras de S. Miguel, em Cabeceiras de Basto e de Sta. Luzia no Arco de Baúlhe.
 
Carrazedo (Cabeceiras de Basto)
Acentuadamente agrícola, esta aldeia dominada pela cultura do milho, assumia até há pouco tempo um papel de destaque no universo económico local. Os canastros – espigueiros – que aqui existem são disso exemplo. Entre eles encontra-se um canastro que merece especial referência por ser considerado o maior do Minho (uma vez que tinha capacidade para armazenar entre 14 e 18 toneladas de milho). Nesta terra, localizada no sopé da Cabreira, rica em monumentos, um cruzeiro, artesanato e caça, pairam ainda nos espíritos mais antigos as façanhas dos padres da Casa da Eira. Padres que ao que consta tinham poderes “sobrenaturais”, exorcizando os processos pelo Demo e fazendo reaparecer objectos desaparecidos.
 
Busteliberne (Cabeceiras de Basto)
Património edificado, caça, percursos de BTT, percursos de Trilhos pedestres e escalada são alguns dos pontos de interesse desta pitoresca aldeia, recentemente alvo de um plano de recuperação devido à sua tipicidade. Serrana por natureza, apresenta uma traça característica nas casas e moinhos.
 
Uz (Cabeceiras de Basto)
Terra anteriormente designada por Casal da Urzeira, devido à quantidade de urze que existe nos seus montes, é uma pequena aldeia típica de casas de pedra, onde ainda se vislumbram várias construções cobertas com telhados de colmo. Aqui, onde a pesca e a caça abundam, onde existem trilhos definidos de BTT e pedestres, a actividade dominante é a agricultura e a pecuária, acrescidas do artesanato habilmente confeccionado pelas mulheres que se dedicam a tecer o linho e a lã.
 
Vilar (Cabeceiras de Basto)
A aldeia do Vilar possui um núcleo patrimonial edificado deveras interessante, de onde se destacam a beleza da Igreja e as construções com coberturas de colmo situadas numa encosta que antevê uma paisagem belíssima, banhada pelo Rio Beça, famoso pelas suas trutas. O artesanato, a pecuária e a agricultura, a caça, a pesca, o património edificado e paisagístico transformam esta terra num convite à ociosidade.
 
Toninha (Cabeceiras de Basto)
Toninha, cujo nome se deve, segundo a lenda, à filha de um famoso estalajadeiro que aqui viveu de seu nome Tomé.  Foi no início deste século um centro de conspirações monárquico, tendo ficado famosos o topónimo Cruzes do Monte da Queimada pelo assassinato de dois conspiradores monárquicos às mãos dos republicanos, em 1912. Terra dedicada à agricultura e à pecuária, de belas paisagens que acolhem numerosa caça, foi outrora ponto de passagem obrigatório para quem transitava entre Cabeceiras de Basto e Trás-os-Montes.
 
Moscoso (Cabeceiras de Basto)
Outrora designada por Val de Moscas, Moscoso encontra-se num dos locais mais belos da Serra da Cabreira, o “Nariz do Mundo”. Este local, chamava-se há cerca de 60/70 anos, Picoto do Crasto, que um senhor de nome Albino, decidiu rebatizar e a partir ficou conhecido por “Nariz do Mundo”. Moscoso reúne assim condições propícias à pesca, à caça, à pecuária e à agricultura. O artesanato, o património edificado que possui, a tasquinha, o percursos de BTT, trilhos pedestres e escalada, constituem motivos de atracção a esta localidade onde subsiste a tradição de regar as vacas com água na manhã de 24 de Junho, antes do sol nascer, para afugentar o mau olhado.
 
Travassô (Cabeceiras de Basto)
Pequena aldeia encravada no mais profundo da Serra, detentora de belas casas e de gentes humilde de trato afável endurecidas pelas agruras da Cabreira, sobrevive a custo, cultivando as terras e criando o gado. Monumentos, artesanato, caça, escalada, BTT e uma intensa actividade dedicada à agricultura, é tudo quanto se pode encontrar nesta localidade que teima em enfrentar a desertificação e o esquecimento.
 
Porto D’Olho (Cabeceiras de Basto)
Apesar de nunca ter sido muito populosa, o isolamento a que estava vetada criou nas gentes desta terra um forte sentimento de união. Do alto do Outeiro da Varela, junto à Capelinha de N. Sra. Mãe da Igreja abraça-se uma paisagem belíssima, onde predomina a caça e onde se encontram assinalados os percursos de BTT.
 
Moimenta (Cabeceiras de Basto)
Localizada num vale abrigado da Serra da Cabreira, os terraços, construídos nas vertentes da Serra, encontram-se quase na totalidade ocupados pela vinha. Além de um importante centro de produção de vinho verde, destaca-se em Moimenta, um conjunto de belas casas das quais se destacam a Casa do Valle e da Ponte. O património edificado, o turismo de habitação, a agricultura e a pecuária, a caça, a pesca desportiva e os percursos de BTT, constituem os condimentos atractivos desta localidade.
 
Juguelhe (Cabeceiras de Basto)
Com belas casas típicas, esta pequena aldeia, luta como muitas contra a desertificação. As poucas pessoas ali residentes recordam com nostalgia os tempos agitados da labuta diária. Do Alto dos Esporões, junto à capelinha de N. Sra. De Fátima um miradouro abraça a paisagem imponente que marca esta localidade acentuadamente rural, onde a caça, o artesanato das mantas de farrapos e as capas de burel dominam. Aqui podemos encontrar também percursos para BTT e trilhos pedestres.
 
Torrinheiras (Cabeceiras de Basto)
Situada no extremo Norte do concelho, a pequena aldeia das Torrinheiras faz fronteira com Trás-os-Montes, facto que denota na sua organização espacial a situação de fronteira ou transição, apresentando-se as suas habitações fortemente concentradas em redor de um pequeno núcleo. A intensa actividade agro-pecuária, onde predomina a criação de gado é parte imprescindível da sua economia. Além da caça e do património edificado, esta terra tem ainda uma área de logradouro comum na Serra da Maçã e assinalados percursos de BTT.
 
Samão / Gondiães (Cabeceiras de Basto)
Ligadas pela tradição da Festa das Papas, estas duas aldeias, rendem homenagem a S. Sebastião desde tempos remotos, como forma de pagamento de uma promessa ao referido santo, por as ter salvo de um terrível surto de peste e fome. São detentoras de significativo património edificado, de caça, pesca e artesanato. A agricultura e a pecuária aliada aos belos trilhos pedestres e aos percursos de BTT, fazem desta aldeias locais de grande atractividade.
 
Cunhas (Cabeceiras de Basto)
Nesta pequena aldeia, com casas muito antigas e concentradas, destaca-se pela sua beleza o antigo solar dos Teixeiras Pereiras. O seu nome, reza a lenda, deriva da existência de um soldado famoso que em tempos se notabilizou na luta contra os mouros, de nome Cunha de Pau. Reza ainda a lenda, que nesta localidade teve casa Santa Senhorinha de Basto. A caça, a pesca, os percursos de BTT, a actividade agrícola e pecuária e o património edificado caracterizam esta terra de seu nome Cunhas.


Espindo (Vieira do Minho)
Aldeia pequena, com cerca de 100 habitantes. A casa mais antiga de que há registo data de 1697. aldeia de forte tradição comunitária, apresenta um peculiar sistema de drenagem de águas pluviais que percorre os caminhos do lugar e encaminha-as para os campos. Possuí 13 azenhas – maquias. A actividade dominante é a agro-pecuária, havendo também lugar para a caça e o BTT. As vistas panorâmicas constituem outras das riquezas desta terra.
 
Zebral (Vieira do Minho)
Famosa no concelho pela sua grande vezeira, é uma aldeia tradicionalmente vocacionada para a actividade agro-pecuária. Viveu um período próspero aquando da exploração do volfrâmio na Serra da Cabreira. Caça, pesca, BTT, paisagem e actividades agrícolas e/ou pecuárias é o que se pode encontrar nesta localidade.
 
Campos (Vieira do Minho)
Aldeia de transição entre o Minho e Trás-os-Montes, é o reflexo de vivências acentuadamente comunitárias, como testemunham o forno do povo, local onde se refugiavam os pobres que passavam por Campos. O milho, o centeio e a batata constituem as principais riquezas desta aldeia de casas escurecidas pelo fumo. Os inúmeros espigueiros – canastros- e eiras evocam o peso na economia destas gentes. Aqui predomina o turismo rural, o património edificado, uma ponte e um cruzeiro. As actividades agrícolas e/ou pecuárias, a caça, a pesca, o BTT e os trilhos pedestres constituem ainda pontos de interesse desta antiga aldeia.
 
Vilar Chão (Vieira do Minho)
Com origem na alta Idade Média, esta pequena aldeia possui um conjunto de casas de boa arquitectura popular. O artesanato em lã, o funcionamento de um lugar de azeite com mais de 300 anos, a Igreja datada do século XVIII e a proximidade de uma antiga ponte de tradição medieval – a Ponte da Pértega – constituem o cartão de visitas desta localidade onde se desenvolvem actividades agrícolas e/ou pecuárias, caça, pesca e BTT.
 
Anjos (Vieira do Minho)
Aldeia agrícola pincelada por casas típicas e pela existência de canastros, foi outrora cenário de levantamento republicanos no tempo da monarquia. A ponte, o cruzeiro, a praia fluvial, acrescido pelas actividades agrícolas e /ou pecuárias, a caça, a pesca e o BTT, são razões mais que suficientes para visitar esta localidade.
 
Lamedo (Vieira do Minho)
Encravada na Cabreira, sobre esta pequena aldeia pairam lendas de castelos e mouras encantadas que povoam o imaginário popular. A ponte, a casa das fidalgas, conferem-lhe uma singular beleza, banhada pelo Rio Ave. As gentes, de trato franco e acolhedor labutam contra as agruras da serra, conquistando-lhes terrenos de cultivo, que em socalcos se apresentam ladeados pelas numerosas vinhas de enfocado que predominam. O património edificado, a ponte, a caça, a pesca, os trilhos pedestres e as belas paisagens envolventes dotam esta localidade de grande beleza.
 
SERRA DA CABREIRA | Sugestão de itinerários
A Serra da Cabreira apresenta actualmente um conjunto de sugestões que permitem ao visitante o contacto com a pureza das paisagens, a riqueza dos usos e dos costumes, o jeito afável das gentes que habitam estas localidade a quem as agruras da serra não metem medo, persistindo na labuta do amanho da terra, numa luta diária e permanente contra as intempéries. Quem se desloca a estas paragens pode optar por um dos seguintes itinerários:

Cabeceiras de Basto Circuito cultural: Bucos > Vila Boa > Carrazedo > Busteliberne
Circuito patrimonial: Cambezes > Formigueiro > Toninha > Moscoso > Uz > Vilar > Moimenta
Circuito natural: Juguelhe > Travassô > Porto D’Olho > Torrinheiras
Circuito religioso: Samão/Gondiães > Cunhas
Vieira do Minho Circuito do Volfrâmio : Espinho > Zebral > Campos
Circuito das pontes de tradição medieval : Vilar Chão > Anjos > Agra > Lamedo
Scroll